ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

'Recolocar é mais sustentável que descartar': Gooxxy evita desperdício de toneladas de produtos

Em entrevista exclusiva à EXAME, fundador e CEO da Gooxxy explica como greentech consegue redirecionar produtos que seriam descartados pela indústria e varejo

Recolocação de produtos: greentech consegue alcançar a marca de 3 mil toneladas de produtos redestinados (Marcelo Goulart/Reprodução)

Recolocação de produtos: greentech consegue alcançar a marca de 3 mil toneladas de produtos redestinados (Marcelo Goulart/Reprodução)

O desperdício de alimentos é um problema global que precisa ser solucionado. Foi com essa visão que Vinícius Alves Abrahão, fundou a greentech Gooxxy em 2018. “Quando percebi o tamanho do desperdício de alimentos e outros produtos, pensei em criar uma inteligência para recolocar ao invés de desperdiçar”, afirma.

Em um mundo no qual 931 milhões de toneladas de alimentos foram desperdiçadas em 2019, segundo dados da ONU divulgados em 2021, o negócio da Gooxxy evoluiu e, em 2022, a reaproveitou cerca de 10 mil toneladas de produtos, como alimentos, bens de consumo e bebidas. Isto é um crescimento de 276% se comparado ao ano anterior.

Entre uma das causas do desperdício, há um problema estrutural na indústria: a dificuldade entre acertar as quantidades do que produz e o que é comercializado. Segundo Abrahão, ao invés da indústria ter que dedicar tempo e energia para vender um produto com margem negativa ou ter que fazer o descarte, a Gooxxy executa a recolocação dando um outro destino para o produto, além do lixo.

Tradicionalmente, a indústria busca o insumo na natureza, produz o produto, mas, quando não consegue vender o produto, joga ele no meio ambiente, a Gooxxy oferece softwares para criar e lidar com métricas voltadas para indústrias e para o varejo.

Funcionando como uma consultoria que utiliza dados e resultados para a personalização do produto que, neste caso, é a recolocação. Neste cenário, a empresa já conta com cerca de 11 mil clientes, dentre eles fornecedores e varejistas do ramo alimentício.

“Do lado da indústria, transformamos o curso que o produto teria, fazendo com que ele se torne receita porque haveria custo para a companhia descartar o bem de consumo. E, do outro lado, grandes varejistas, distribuidores e empresas que atendem todos os setores têm acesso a um produto de qualidade a uma condição comercial diferente”, afirma Abrahão, fundador e CEO da Gooxxy.

Assine a newsletter EXAME ESG, com os conteúdos mais relevantes sobre diversidade e sustentabilidade nos negócios

A startup inicia sua atuação avaliando a estratégia de cada negócio considerando o volume do que será descartado, ticket médio, frete, região e o tipo de cliente, pois cada indústria busca uma solução diferente.

Além de dar um destino novo a um produto próprio para o consumo que chegaria ao lixo, a recolocação dos alimentos evitou a emissão de 2.536 toneladas de gases de efeito estufa (GEE), aproximadamente, durante o 2º semestre de 2022, segundo o CEO.

“Temos uma inteligência onde é possível recolocar o produto mais próximo da indústria. Isso quer dizer que o caminhão viaja menos, polui menos e gasta menos pneu, por exemplo. Então, temos essas métricas focadas na questão da poluição. Conseguimos entrar e fazer com que aquele produto tenha a destinação correta: ser consumido. Então, temos esse dado calculado semanalmente e, mensalmente, cada parceiro que utiliza as nossas soluções recebe um relatório com as métricas relevantes para ele”, comenta Abrahão.

Carreira com propósito em ESG é nova aposta de multinacionais; participe de série gratuita e descubra como se especializar

Social e sustentável

Das 3 mil toneladas recolocadas no 2º semestre de 2022, 1,5 mil toneladas são alimentos – o que é igual, segundo dados apresentados pela empresa com exclusividade para a EXAME, a 2.200.000 refeições feitas e entregues.

“Hoje a gente consegue metrificar o volume recolocado de alimento versus o número de refeições. Ou seja, é alimento que está chegando na boca de alguém que não iria receber porque esse produto teria ido para o lixo. Então qualquer iniciativa nesse sentido para nós é muito relevante porque está junto conosco combatendo o desperdício no mundo”, comenta.

Parte dessa atuação vem desde o surgimento da empresa, que tem o “propósito de combater o desperdício no mundo e diminuir a desigualdade”. Por esse motivo, a empresa apoia grandes planos sociais. Dentre eles, são patrocinadores de creches com 300 crianças. “Se você tiver duas palavras para falar dentro da Gooxxy é: social e sustentável”, diz o executivo.

A atuação sustentável está no DNA do negócio: “A solução é óbvia. Recolocar é mais sustentável que descartar. A empresa tem um propósito muito forte que é essa questão de combater o desperdício. Então o ponto inicial foi quando eu falei “preciso fazer algo” quando eu vi toneladas de alimento sendo jogados no lixo enquanto pessoas passam fome. Isso para nós da Gooxxy não faz sentido algum”, conclui o CEO.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:Economia CircularEmissões de CO2IndústriaONUSustentabilidade

Mais de ESG

Proteína de algas marinhas pode potencializar antibióticos e reduzir dose em 95%, aponta estudo

Como distritos de Mariana foram reconstruídos para serem autossustentáveis

'Rodovia elétrica' entre Etiópia e Quênia reduz apagões e impulsiona energia renovável na África

Ascensão de pessoas com deficiência na carreira ainda é desafio, diz estudo