Preocupação dos brasileiros com o planeta afeta consumo e 73% estão mudando para opções sustentáveis
Nova pesquisa da consultoria EY revela como mudanças climáticas preocupa os brasileiros e como isto impacta as considerações de compra
Repórter de ESG
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 07h13.
Os impactos ambientais e a sustentabilidade são cada vez mais considerados pelos consumidores ao redor do mundo, é o que aponta a pesquisa Future Consumer Index, da EY, realizada com 21.000 entrevistados de 27 países. Entre os brasileiros, por exemplo, 73% estão profundamente preocupados com a fragilidade do planeta, isto é maior do que a média global de 64%. Já 35% esperam que a mudança climática piore nos próximos 6 meses, versus 43% globalmente.
O que chama a atenção também é que a maior parte dos entrevistados no país dizem adotar a sustentabilidade como estilo de vida, quando 60% acredita que comprar e se comportar de forma sustentável é um princípio de vida e 71% pretendem prestar mais atenção ao impacto ambiental de seu consumo no futuro.
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A preocupação com o meio ambiente também se reflete em ação e mudanças de comportamentos dos brasileiros. Isto porque 77% afirmam usar sacolas reutilizáveis, 93% tentam economizar água, 73% tentam reduzir as emissões e 80% reciclam/reaproveitam produtos após o uso.
Consumo e sustentabilidade
Em relação ao consumo, 46% estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de maneira sustentável, 66% tomam decisões de compra com base no impacto ambiental de um produto ou serviço, 68% tomam decisões de compra com base no impacto ético de um produto ou serviço e 73% estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos que compram.
Os números são próximos da escala global, que ficam em 42%, 60%, 58% e 60%, respectivamente. Sendo, no geral, os brasileiros mais engajados.
Mas ainda assim, o custo é o principal fator determinante para a compra: 60% acreditam que custa muito comprar produtos sustentáveis, 74% dizem que só tomam medidas ambientais quando economizam dinheiro, 79% dizem que os preços altos os impedem de comprar produtos sustentáveis e 75% dizem que estarão mais focados na relação custo-benefício no futuro
Por fim, falta de informação, transparência e padronização continua sendo um desafio para os consumidores verem o impacto das escolhas que fazem. Segundo os entrevistados brasileiros, 71% precisam de melhores informações para fazer escolhas mais sustentáveis, 62% estão confusos com as reivindicações de sustentabilidade das empresas, 66% acham difícil ter acesso a produtos sustentáveis e 69% nem sempre confie nas afirmações feitas por empresas ou marcas.
"O brasileiro continua buscando a melhor equação entre sustentabilidade, qualidade do produto, velocidade de entrega e saudabilidade com menor preço. Não é uma equação fácil para as empresas globais com atuação no Brasil e as nacionais equalizarem. Realmente é preciso saber o que se quer em cada mercado – qual perfil do consumidor e adequar-se a este movimento de forma ágil, o que exige das indústrias uma gestão de dados relevantes para entendimento da demanda e articulação interna integrada entre suas áreas de compras, produção, vendas, pós-vendas, marketing e finanças", diz Cristiane Amaral, sócia da EY e líder do segmento de Consumo, Produtos e Varejo para América Latina.
De acordo com ela, na América Latina, 70% dos consumidores estão adiando a realização de compras até os próximos grandes eventos promocionais de vendas (aumento de 10% comparado com a pesquisa do último trimestre). O canal que os consumidores esperam fazer suas compras ou procurar suas ofertas durante o próximo grande evento de vendas está em torno de 51% no online, 9% nas lojas e 40% híbrido. 84% dos brasileiros nos disseram que estão bem atentos e gerenciam o preço entre os canais online e físico para decidir em qual comprar.
"Por fim, 82% dos consumidores brasileiros estão super sensíveis ao aumento de preço, sendo que 54% disseram estar comprando apenas o essencial. 52% atento à questão de embalagens sustentáveis, 40% buscando melhor qualidade do produto e 39% super atentos à durabilidade".