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Podcast: muito além do ISE, a B3 quer suprir o mercado com dados ESG

Com a nova metodologia do Índice de Sustentabilidade Empresarial, a bolsa espera superar a falta de taxonomia e impulsionar a análise ESG entre os investidores

A B3 prepara o lançamento de um novo índice ESG, focado em recursos humanos, em parceria com a Great Place to Work (Germano Lüders/Exame)
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Rodrigo Caetano

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 16h03.

Se você faz, mostre; se não faz, explique. Para Ana Buchain, diretora de sustentabilidade da B3, a bolsa de São Paulo, esse é o princípio fundamental de transparência exigido, atualmente, das empresas ESG. Aliás, não apenas das que seguem os princípios da responsabilidade socioambiental e da governança. A nova ordem mundial entre os investidores é incluir critérios de sustentabilidade nas análises de todos os negócios.

Esse é um dos motivos que levaram a B3 a atualizar a metodologia do Índice de Sustentabilidade Empresarial , o ISE, carteira que engloba apenas empresas que adotam, em alguma medida, o ESG em suas estratégias de negócios. Os planos da bolsa são mais ambiciosos, no entanto. “Não vamos parar por aqui, já estamos lançando um novo índice, nosso primeiro ‘social’”, afirmou Buchaim, que foi a convidada desta semana do podcast ESG de A a Z, produzido pela EXAME.

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O novo índice, no caso, será lançado nas próximas semanas e é fruto de uma parceria com a Great Place to Work, consultoria de recursos humanos que publica o anuário Melhores Empresas para Se Trabalhar. Segundo a diretora, a carteira será composta por empresas participantes do ranking e que tenham se destacado.

Composição do ISE sob ataque

A edição atual do ISE, ainda sob a metodologia antiga, foi duramente criticada por investidores ligados ao ESG. O motivo foi a presença da Petrobras na carteira, pela primeira vez. Parte do mercado acredita que setores altamente poluentes, como o de petróleo, devem ficar de fora desse tipo de índice, padrão que vem sendo adotado pelas principais provedoras desde quando o conceito começou a ganhar força – até porque, não havia muitos parâmetros disponíveis para serem considerados.

Buchaim ressalta que o ISE, embora seja usado pelas próprias empresas como uma chancela de bom comportamento, não é uma certificação. “Nós até podemos eliminar setores no futuro, mas isso vai depender da disponibilidade de dados”, afirmou.

Na realidade, como ela sustenta, grande ponto de partida da nova metodologia não é se ajustar à expectativa dos puristas, mas sim ampliar a transparência e a visibilidade de dados. Nessa frente, as respostas de todas as empresas que se aplicarem ao índice por meio dos questionários estarão disponíveis para consulta pública, o que antes só acontecia no caso das companhias que integravam a carteira do ISE.

As principais mudanças no ISE, segundo a B3, são:

No novo ISE, o E do ESG também passa a ser um pouco mais “gringo”. As questões ligadas à atuação climática das companhias, carro-chefe da versão atual do índice, serão substituídas pelas perguntas aplicadas pelo Carbon Disclosure Project (CDP), entidade sem fins lucrativos que opera um sistema global de divulgação da pegada de carbono das companhias.

O ISE é formado por 46 ações, de 39 empresas de 15 setores. Juntas, as companhias somam 1,8 trilhão de reais em valor de mercado. É o equivalente a 38% do total do valor de mercado das companhias com ações negociadas na B3.

 

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