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Mineradora russa Nornickel paga multa recorde por poluição no Ártico

Desde que despejou toneladas de diesel em rios das proximidades de uma cidade ártica, a companhia — que é uma das mais poluidoras do mundo — vem tentando limpar sua imagem

A view of the non-operating Nikel smelter, owned by the Russian mining giant Norilsk Nickel, also known as Nornickel, in the town of Nikel in the Murmansk region on February 26, 2021. (Kirill KUDRYAVTSEV/AFP)

A view of the non-operating Nikel smelter, owned by the Russian mining giant Norilsk Nickel, also known as Nornickel, in the town of Nikel in the Murmansk region on February 26, 2021. (Kirill KUDRYAVTSEV/AFP)

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AFP

Publicado em 10 de março de 2021 às 12h52.

Última atualização em 10 de março de 2021 às 13h00.

O gigante da mineração Norilsk Nickel (Nornickel) anunciou nesta quarta-feira, 10, que pagou a multa recorde à qual a Justiça russa a condenou, após uma vasta poluição no Ártico que irritou o presidente Vladimir Putin.

O grupo declarou em um comunicado ter "feito 146,2 bilhões de rublos (1,66 bilhão de euros) em pagamentos necessários para os danos causados ao meio ambiente após o vazamento de diesel em 29 de maio de 2020" perto da cidade ártica de Norilsk.

O dinheiro será destinado ao orçamento federal.

Cerca de 21.000 toneladas de combustível foram derramados em vários rios após o rompimento de um tanque de uma usina termelétrica pertencente a uma entidade da Nornickel que não havia realizado as obras que eram necessárias desde 2018.

No momento da tragédia ambiental, o grupo considerou que o acidente poderia ter sido causado pelo degelo do permafrost, consequência das mudanças climáticas, que teria levado ao afundamento dos pilares de sustentação do tanque.

Essa poluição criou uma enorme maré vermelha, visível até mesmo do espaço.

A limpeza completa da área deve levar anos.

O principal acionista do grupo é Vladimir Potanin, o homem mais rico da Rússia no ranking da Forbes, e próximo do presidente russo, com quem joga hóquei no gelo.

Essa proximidade não o salvou da ira do presidente que, após o anúncio do desastre, ordenou que a empresa arcasse com todas as despesas de limpeza, o que o grupo inicialmente relutou em fazer (oferecendo uma quantia muito menor) antes de cumprir o ordenado.

A companhia, uma das maiores poluidoras da Rússia, segundo ONGs especializadas, tem tentado desde então limpar sua imagem.

Disse recentemente que "aprendeu uma lição importante" e que deseja "rever drasticamente sua abordagem de gestão de risco ambiental".

A Nornickel também anunciou nos últimos meses o fechamento de uma fundição de cobre e níquel na península de Kola (região de Murmansk, noroeste do país), locais considerados entre os mais poluídos do mundo devido às emissões de dióxido de enxofre.

Em fevereiro, Nornickel sofreu outro desastre: três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas num desabamento em uma metalúrgica do grupo também localizada em Norilsk, que já foi fechada.

"De acordo com dados preliminares, o acidente ocorreu devido a uma flagrante violação das regras de segurança e padrões de segurança industrial", informou a Nornickel.

O grupo anunciou posteriormente que duas de suas minas também permaneceriam fechadas até pelo menos 16 de março e que inspeções estavam em prática.

Acompanhe tudo sobre:MineradorasPoluição

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