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Metade das empresas investe menos de 1% da receita em sustentabilidade, aponta estudo

Apesar da falta de investimentos, 84% dos líderes consideram a sustentabilidade como um tema central para a estartégia do negócio, indica relatório da consultoria Roland Berger

Empresas que investem na sustentabilidade buscam a reputação da marca, a confiança dos investidores e a preferência do consumidor como benefícios (Stock/Getty Images)

Empresas que investem na sustentabilidade buscam a reputação da marca, a confiança dos investidores e a preferência do consumidor como benefícios (Stock/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 7 de maio de 2024 às 10h16.

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Em 46% das empresas, os investimentos em sustentabilidade não representam 1% de sua receita, aponta o Panorama da Sustentabilidade no Brasil, da consultoria alemã Roland Berger. Já 36% investem entre 1% e 5% do faturamento na área sustentável, enquanto apenas 18% investem mais de 5% do que é gerado. Apesar disso, metade dos entrevistados espera que o porcentual investido aumente no próximo ano.

A maior parte dos investimentos ocorre na indústria: 33% delas empresas do setor investem mais de 5% do seu faturamento na área. A área de consumo e varejo é a que menos destina investimento: 53% delas utiliza menos de 1% do seu faturamento. Contudo, os organizadores da pesquisa não divulgam o faturamento das empresas participantes.

Percepção da liderança

Para 84% da alta liderança brasileira, a sustentabilidade tem importância central para a estratégia do seu negócio. A afirmação cai ao longo da hierarquia, no entanto: 42% dos demais funcionários acreditam que o tema tem alguma importância ou que é pouco discutido.

A pesquisa avalia que entre os fatores que explicam essa diferença na percepção são a falta de aplicação do tema no dia a dia, problemas na comunicação interna e a falta de conexão entre metas e incentivos.

O tema se torna uma prioridade de acordo com o tipo de negócio, mostra a pesquisa, e 38% das empresas de energia e infraestrutura e 33% das indústrias consideram o tema como central para a estratégia, mas a afirmação vale para apenas 20% dos comércios de consumo e varejo.

A percepção sobre o impacto das ações de preservação ambiental também muda de acordo com os cargos nas companhias: enquanto 69% dos diretores conhecem os indicadores, o número cai para 53% entre os demais funcionários. 50% dos entrevistados afirmam ter dúvidas sobre como mensurar os impactos da sustentabilidade.

Entre os benefícios esperados a partir do investimento na área, o fortalecimento da reputação da marca é apontado por 77% dos entrevistados, seguido por aumentar a confiança dos investidores (41%) e garantir preferência do consumidor (38%).

A busca por inovação (36%), disponibilizar recursos (23%) e reduzir os custos (21%) também são apontadas como benefícios para a sustentabilidade, seguidas por aumentar a resiliência frente à nova legislação (20%). A última é destaque entre empresas de energia e infraestrutura, apontada por 34% delas, e 29% das indústrias.

De acordo com a pesquisa, a maior dificuldade para o investimento nesse fim é a baixa visibilidade quanto ao retorno, apontada por 25% da alta liderança. A falta de incentivos externos e recursos também são impedimentos para o apoio na sustentabilidade. Fora da alta gestão, a percepção é que falta priorizar o tema na cultura da organização, indicado por 21% dos funcionários.

O levantamento aponta ainda para uma sofisticação e diversificação na ação sustentável nas empresas, que tem priorizado temas como gestão de resíduos, energias renováveis e compensação da pegada de carbono. Aparecem também como prioridades a redução do uso de água e a eficiência no consumo de recursos naturais. Apesar das preocupações, 76% dos participantes acreditam que vale a pena investir em sustentabilidade no Brasil.

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