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Marina Silva na COP28: não há clareza de como será a transição justa, mas temos bases para avançar

Em Dubai, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima comentou a percepção do Brasil sobre o texto final da COP28

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, na COP28 (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, na COP28 (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 16h11.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 16h27.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, avaliou o texto final da COP28, a 28ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, como "um passos significativo ao estabelecer a transição para o fim do uso de combustíveis fósseis e a meta limite de aquecimento global em até 1.5 °C e não mais 2 °C como discutido anteriormente", disse em coletiva de imprensa em Dubai, nesta quarta-feira, 13. 

O desafio, agora, é estabelecer caminhos objetivos para a prática. "O Brasil trabalhou para que ficasse claro que os países desenvolvidos devem tomar a dianteira. Ainda são insuficientes os meios de implementação e não temos clareza como será feita a transição justa, mas temos as bases para avançar em algo que há 31 anos não era tratado de acordo com a sua devida dimensão", disse se referindo ao fato de que até então, a questão dos combustíveis fósseis não tinha sido abordada desta forma no texto final. "A partir de agora, temos uma sinalização para governos e empresas de que são necessários mais compromissos para a transição para o fim do uso de combustíveis fosseis".

Outro destaque é a necessidade de que os financiamentos sejam de fato direcionados aos que mais precisam. "Trabalhamos para que países ricos e em desenvolvimento tenham responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Essa trajetória implica cobranças para, por exemplo, a disponibilização dos US$ 100 bilhões dos desevolvidos para os em desenvolvimento para adaptação".

De acordo com a ministra, o Brasil gastou, em 2021, R$ 14 bilhões com ações emergenciais de adaptação. "Estamos falando agora de investimentos em aspectos estruturais, com um custo maior, para que as pessoas não continuem sofrendo os impactos das mudanças do clima".

Uma vantagem daqui até a COP30, prevista para acontecer em 2025, em Belém do Pará, é o estabelecimento de ação conjunta entre Emirados Árabes (sede da COP28), Azerbaijão (sede da COP29) e Brasil. "Pela primeira vez estabelecemos essa linha de trabalho, algo semelhante com o que acontece no G20, para estabelecer grupos de trabalho e acelerar questões relevantes".

Petróleo no Brasil

Enquanto Marina aborda a transição para o fim do uso dos combustíveis fósseis, o governo federal faz nesta quarta-feira dois leilões de blocos exploratórios de petróleo. Sobre isto, a ministra argumentou que "a relação entre conveniência e oportunidade é justamente o que está em debate a partir de agora, sendo que o setor público e privado terão de traduzir o compromisso em ações e planejamento".

Já sobre novas fontes de exploração de petróleo no país, a ministra afirmou que o trabalho precisa acontecer dentro da política nacional de transição energética, "levando em consideração a ideia de retirarmos qualquer depedência do uso de combustíveis fósseis".

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