LGBTQ+: Os salários variavam por raça, etnia e identidade (Anastasiia Yanishevska / EyeEm/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 15h19.
Por Kelsey Butler, da Bloomberg
Em uma rara análise dos salários de pessoas LGBTQ+, novos dados mostram que esses trabalhadores ganham, em média, cerca de 90 centavos para cada dólar que o trabalhador médio recebe nos EUA.
A pesquisa com 7.000 empregados em tempo integral revelou que os ganhos médios semanais para pessoas LGBTQ+ chegaram a cerca de US$ 900, de acordo com o relatório divulgado na quarta-feira pela Human Rights Campaign Foundation.
Isso é comparado a US$ 1.001 por semana em ganhos médios para todos os trabalhadores em período integral, de acordo com os dados mais recentes do Bureau of Labor Statistics dos EUA — cerca de 10% de diferença salarial.
Os salários variavam por raça, etnia e identidade. Trabalhadores nativos americanos e negros LGBTQ+ tiveram alguns dos menores ganhos semanais. Trabalhadores não-binários, queer, gênero fluido e dois espíritos ganhavam cerca de US$ 698 por semana. Mulheres e homens trans ganhavam entre US$ 600 e US$ 700 por semana, respectivamente, de acordo com a HRC Foundation.
“Embora, certamente, possa haver vários fatores subjacentes, não podemos ignorar o fato de que isso pode ser devido à discriminação já que as pessoas LGBTQ+ não estão necessariamente recebendo salários iguais por trabalho igual”, disse Shoshana Goldberg, diretora de educação pública e pesquisadora da fundação, que é uma organização sem fins lucrativos focada em pesquisa e advocacia para pessoas LGBTQ+.
A pandemia atingiu economicamente as pessoas LGBTQ+ mais severamente, com pesquisas apontando maiores taxas de desemprego e insegurança alimentar desses indivíduos em relação aos não LGBTQ.
Em uma pesquisa inédita do U.S. Census Bureau, divulgada recentemente, quase um quarto dos entrevistados LGBTQ+ disseram que perderam renda durante a crise. Cerca de uma em cada cinco pessoas LGBTQ+ vivem na pobreza.
A pesquisa analisou apenas trabalhadores em tempo integral, portanto, não captura a realidade econômica de todas as pessoas LGBTQ+, disse Goldberg. “As pessoas LGBTQ+ são mais propensas a estarem desempregadas ou trabalhando meio período, e isso só foi exacerbado pela pandemia”, disse.
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