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A cidade deve receber 60 mil pessoas na COP de 2025, entre chefes de Estado, diplomatas, empresários, investidores, ativistas e delegações dos 193 países membros da ONU. (Getty-Images-picture-alliance/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 11 de novembro de 2024 às 07h16.
O Brasil irá sediar pela primeira vez o maior evento de combate à crise climática do mundo em 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), bem no coração da Amazônia. E a cidade anfitriã já se prepara: a menos de um ano para a Cúpula, Belém do Pará recebeu cerca de R$ 4,7 bilhões de investimentos do governo federal -- entre recursos do Orçamento Geral da União, do BNDES e de Itaipu.
O valor será destinado a uma série de obras que visam atender à demanda crescente por transporte, alojamento, infraestrutura e espaços adequados para a realização da COP no ano que vem, de 10 a 21 de novembro, quando a cidade deve ser o destino de mais de 60 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, diplomatas, empresários, investidores, ativistas e delegações dos 193 países membros da ONU.
"As obras serão um verdadeiro legado para a população, como as de macrodrenagem, que trazem mais qualidade de vida para áreas mais carentes de saneamento básico, por exemplo. Além disso, um evento desta magnitude aumenta a visibilidade da cidade como um todo para o mundo, movimentando o turismo, que já dobrou somente no primeiro semestre de 2024 e gera emprego, renda e muda a vida das pessoas", destacou em nota o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia.
Com a expectativa de ser uma edição muito voltada ao tema das florestas tropicais, o Brasil é detentor de 60% da Amazônia e desempenha um papel essencial na mitigação de gases estufa e equilíbrio do planeta.A infraestrutura urbana é prioridade, com reformas significativas nas vias públicas, expansão e modernização dos sistemas de saneamento básico e abastecimento de água. A mobilidade também é um foco, com a ampliação das linhas de transporte público, incluindo a construção de novas ciclovias e melhorias nas vias de acesso.
Uma das preocupações é a acomodação, e para isso estão sendo construídos novos hotéis, além da reforma e modernização dos existentes, disse o governo. Em um esforço coletivo com o Pará, já foram destinados mais de R$ 100 milhões para malhoeiras na qualidade hoteleira e serviços de turismo, por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur).
Segundo Correia, cerca de 500 quartos de padrão cinco estrelas vão ficar como legado para a cidade após a conferência. Com um aporte de R$ 224 milhões de Itaipu, as acomodações devem atender parte das delegações dos países participantes e, após a COP 30, funcionará como centro administrativo do governo estadual.
"Temos dialogado com plataformas de hospedagem para que consigamos aumentar a oferta de casas para aluguel, que tem uma possibilidade grande de aumentar esses serviços", disse. Além disso, dois hotéis estão sendo construídos na área portuária da cidade e escolas e outras áreas estão sendo preparadas pelo governo do estado para ampliar a capacidade de receber os participantes. "Estamos trabalhando ainda na contratação de dois navios cruzeiros para receber cerca de 5 mil pessoas", acrescentou Correia.
O Parque da Cidade, onde será realizada a conferência, foi construído em uma área de um antigo aeroporto e já está com cerca de 70% das obras previstas concluídas, e ficará como um dos grandes legados da COP para Belém. O projeto final do parque contempla o museu da aviação, um centro de economia criativa, um espaço gastronômico, ciclotrilha e ecotrilha, áreas verdes preservadas, lago artificial e instalações esportivas voltadas para a promoção da qualidade de vida, lazer, cultura, arte e bem-estar da população.
O Hangar Centro de Convenções é um espaço existente, que se conecta com o Parque da Cidade, e fará parte da Blue Zone e também está sendo reformado.
Entre outras obras em reformas estão o Complexo Ver-o-Peso, do Mercado de São Brás, e a construção do Parque Linear São Joaquim, executadas pela prefeitura e que irão custar cerca de R$ 299 milhões. Já a infraestrutura da Base Aérea de Belém é um investimento de R$ 25,8 milhões do governo federal.
Outro projeto é o da reforma do Parque Linear da Doca, de R$ 366 milhões investidos por Itaipu, visando melhorar as condições de deslocamento e contruir espaços de convivência para a população. Já a Avenida Tamandaré, já está com 22% das obras concluídas, e envolve a reforma do canal, construção de parque linear e melhorias de saneamento.
O Porto Futuro II, que contempla cinco galpões cedidos pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao governo paraense, está sendo recuperado e será transformado em um complexo de lazer e gastronomia. Com um inovador polo de bioeconomia, também se tornará um ponto turístico para valorização da cultura popular, do patrimônio imaterial, da história amazônica, das experiências e também da biodiversidade do Pará. Até então, 50% já foi entregue.