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De olho no investidor qualificado, Itaú lança novos fundos ESG

Três novos produtos focam em carteiras internacionais, empresas ligadas à água e energias renováveis

 (manusapon kasosod/Getty Images)

(manusapon kasosod/Getty Images)

O Itaú Asset Management, gestora de recursos do Itaú, anunciou o lançamento de três novos fundos de investimento sob a ótica que tem direcionado a decisão de investidores no mercado: o ESG, sigla que traduz a busca por critérios sociais, ambientais e de governança. As soluções focam o mercado internacional e empresas com boas práticas no setor da água e energia limpa. Mas, por enquanto, as opções serão apenas para os investidores qualificados - aqueles com mais de 1 milhão de reais investidos.

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O primeiro produto, chamado de Carteira Itaú Internacional ESG, é um fundo que se volta ao mercado externo, e nada mais é do que uma expansão da solução já oferecida pela gestora, mas com a aplicação de filtros mais rigorosos voltados aos critérios ambientais, sociais e de governança. A metodologia é a mesma da Carteira Internacional comum: o fundo aloca ativos, ou seja, permite a constante mudança de recursos entre diferentes ativos, em busca da melhor combinação de risco e retorno - algo muito válido quando falamos em investimentos.

O fundo ESG faz parte da família de fundos ‘Carteira Itaú’, que se divide entre produtos de investimento nacionais, internacionais e previdência privada. Nesta carteira já são mais de 18 bilhões de reais em aplicações e quase 175 mil cotistas ativos. “Buscamos, dentro das mesmas ações norte-americanas, as com melhor posicionamento em ESG, além de fazer a exclusão de empresas com perspectivas controversas nesse sentido”, diz Renato Eid, chefe de estratégia Beta e integração ESG da Itaú Asset Management.

De acordo com Eid, a solução busca as melhores alternativas ESG, sem fugir da proposta em ser um portfólio balanceado. “Nosso desafio foi traduzir uma solução de investimento que já tínhamos e traduzir para a ótica ESG”, diz Eid. Um dos resultados de sucesso, segundo o executivo, é a redução de 50% da pegada de carbono da carteira ESG, quando comparada à comum.

Os outros dois produtos ofertados são temáticos. O primeiro deles, o ‘Itaú ESG H2O Ações’, reúne 50 empresas globais do setor de água e saneamento. Para os três novos fundos, o tíquete mínimo de investimento é de apenas 1 real, embora só possam ser acessados por investidores qualificados. O último produto ‘Itaú ESG Energia Limpa Ações’ seleciona 30 empresas de energia renovável nas indústrias de bicombustível, etanol, solar, geotérmica, eólica e hidrelétrica.

Apesar de representarem apenas 1% dos fundos gerais de investimento no mundo, os fundos temáticos são uma aposta para a gestora, que possui em sua prateleira produtos como o ISUS11, que leva em conta o índice de sustentabilidade corporativa da B3, e o GOV11, que segue o índice de governança corporativa da bolsa brasileira. Juntos, os fundos somam 50 milhões de reais aplicados.

“Queremos trazer cada vez mais esses temas por acreditar que são maneiras claras e eficientes de nossos investidores se posicionarem em mega tendências”, diz.

De acordo com Eid, os novos produtos cumprem apenas parte da ambição da companhia no que diz respeito à ESG. A gestora acredita que deve haver, em um futuro próximo, uma integração total entre os critérios sociais, ambientais e de governança e todos os investimentos oferecidos.

Para isso, adota alguns pilares fundamentais, como por exemplo o direito a voto nas assembleias das empresas investidas, levando as melhores práticas e ângulos para temas-chave como remuneração, trocas e composição de conselhos.

“Com a maturidade que o tema ESG ganhou aqui recentemente, aliado à necessidade que temos de uma conversa estruturada sobre investimento que passe pela diversificação e diversificação, não temos dúvida de que essa solução vai resolver grande parte das demandas dos nossos investidores”, diz.

O BTG é outro exemplo de banco que oferece fundos com foco em ESG. Em outubro deste ano, a instituição lançou o ESGB11, fundo de índice (ETF) que segue os critérios sociais, ambientais e de governança. O fundo replica a carteira do índice S&P/B3 Brasil ESG (SPBRESBP), desenvolvido pela S&P Dow Jones, uma das principais referências em ESG do mercado financeiro  - na qual o BTG também se inspira para os métodos de avaliação das empresas. Fazem parte do índice 96 ações de 93 empresas, todas brasileiras.

Alguns outros fundos do mercado brasileiro incluem os das gestoras Fama Investimentos, Constellation e JGP.

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