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Incêndios dobram, transformam Amazônia Legal em cinzas e trazem máscaras de volta a Manaus

Com o crescimento em 2024, região estabelece recorde em quase duas décadas; estudiosos não sabem se essa é uma antecipação da fase crítica ou se haverá um período mais longo de exposição à fumaça tóxica

Disseminação: cientistas associam esses e outros fenômenos extremos, como o que se vê em Manaus, ao aquecimento global (AFP Photo)

Disseminação: cientistas associam esses e outros fenômenos extremos, como o que se vê em Manaus, ao aquecimento global (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 18h09.

Os incêndios na Amazônia Legal dobraram neste ano, estabelecendo um recorde em quase duas décadas, enquanto a fumaça levou à recomendação do uso de máscara em Manaus.

Até ontem, haviam sido contabilizados 37.835 incêndios, o que representa 111% a mais do que no mesmo período de 2023 (17.912), segundo dados de satélite disponíveis nesta quarta-feira, 14.

Desde que os dados começaram a ser compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998, a maior floresta tropical do mundo registrou mais incêndios no mesmo período apenas em 2005 (58.475), 2004 (54.589) e 2003 (42.003).

A fumaça atinge Manaus, que ficou imersa por vários dias em uma nuvem tóxica no ano passado. Por esse motivo, a Fiocruz Amazônia alertou para a necessidade do uso de máscara com filtro especial, principalmente por pessoas com comorbidades ou problemas respiratórios.

Até quando

"O que mais preocupa este ano em relação aos anos anteriores é que não se sabe ao certo se o que acontece é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se neste ano teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro", disse o epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, citado em comunicado. "Seria algo inusitado e extremamente preocupante, pois estenderia o sofrimento da população e traria consequências muito piores."

A Amazônia sofreu entre junho e novembro passados uma seca histórica, que tende a ser mais severa em 2024, segundo especialistas. A temporada seca propicia o aumento dos incêndios florestais, uma tragédia ambiental que também atinge atualmente o Pantanal. Cientistas associam esses e outros fenômenos extremos ao aquecimento global.

A Amazônia e o Pantanal abrigam enormes reservas de biodiversidade e constituem ecossistemas cruciais para capturar emissões de carbono e regular as temperaturas do planeta.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou em meados de junho uma sala de crise para lidar com os incêndios.

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