ESG

Gol promete zerar emissões de carbono até 2050. Como fazer isso?

Companhia aérea é a primeira da América Latina a estabelecer meta para neutralizar o poluente

Decolagem de voo Gol com MAX 737 da Boeing: pandemia aumentou importância de união com Smiles (Array/Reprodução)

Decolagem de voo Gol com MAX 737 da Boeing: pandemia aumentou importância de união com Smiles (Array/Reprodução)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 22 de abril de 2021 às 19h06.

Última atualização em 22 de abril de 2021 às 20h03.

Gol Smiles aprova fusão

Sustentabilidade: Gol promete neutralizar carbono até 2050 (Array/Reprodução)

A Gol aproveitou o Dia da Terra para anunciar uma ambiciosa promessa: zerar as emissões de carbono até 2050 – foi o primeiro compromisso neste sentido feito por uma companhia aérea na América Latina. Para isso, haverá investimento em novas tecnologias, incluindo produção de combustíveis sustentáveis; além de melhorias operacionais, de infraestrutura e da logística.

Vale lembrar que os aviões estão na mira de diferentes governos para reduzir os níveis de poluição e, no caso da França, foram proibidos voos para trajetos feitos em até 2h30 de trem. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os aviões já emitiam 781 milhões de toneladas de gás carbônico por ano em 2016. E, de lá para cá, a demanda por voos cresceu.

As empresas do futuro estão aqui. Conheça os melhores investimentos em ESG na EXAME Invest Pro

O setor da aviação já havia estabelecido novas metas mais sustentáveis em 2010, durante a assembleia da Organização Internacional da Aviação Civil (Icao), quando a entidade previu crescimento neutro de CO² após uma década de reduções anuais de 1,5% nas emissões. Com isso, em 2050, a emissões do gás em aviões deverá chegar à metade do nível observado em 2005.

Se o ganho médio de 2% na eficiência do uso de combustíveis nos últimos dez anos já foi conquistado pelas companhias aéreas, ainda falta definir quais serão os mecanismos para cortar pela metade o CO². Esse compromisso é ainda mais desafiador considerando que a Iata prevê 7,2 bilhões viajantes em 2035. Em 2019, eram 4,5 bilhões (durante a pandemia, diminuiu 60%).

No ano passado, a Gol recebeu o certificado Environmental Assessment da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). No “Estágio 1”, atesta que a empresa desenvolveu política ambiental sólida e estabeleceu responsabilidades para o tema. Segundo a companhia, o objetivo é chegar ao “Estágio 2”, equivalente ao ISO 14.000, que atesta a gestão ambiental, em 2021.

Também foi reafirmado o compromisso com os limites estabelecidos pelo Sistema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (Corsia), que prevê a limitação e a compensação de qualquer aumento anual das emissões totais de carbono da aviação civil internacional acima dos níveis produzidos no ano passado e válido até 2035.

No sentido das práticas de ESG – sigla em inglês para Ambiental, Social e de Governança –, a Gol afirma ter promovido pesquisas, ações, conscientização pública e capacitação profissional, além de incentivar uma cultura organizacional mais sustentável. E, para cumprir as metas nos próximos 29 anos, os pilares a serem seguidos foram definidos pela Icao e ratificados pela Iata.

Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoEmissões de CO2Gol Linhas AéreasPoluiçãoSustentabilidade

Mais de ESG

Uma pausa na era da ansiedade

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Sodexo reduz emissões em 30% com programa de combate ao desperdício de alimentos

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista