ESG

Fluxos para fundos de energia limpa desaceleram com rotação

Fundos com padrões ambientais, sociais e de governança se beneficiaram por muito tempo de participações significativas em grandes empresas de tecnologia

Webinar que aconteceu nesta quarta-feira debateu meios para combinar crescimento e preservação (Roman Synkevych/Divulgação)

Webinar que aconteceu nesta quarta-feira debateu meios para combinar crescimento e preservação (Roman Synkevych/Divulgação)

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Bloomberg

Publicado em 13 de maio de 2021 às 14h22.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 14h54.

Depois de um 2020 estelar, o crescimento recorde dos fundos de energia limpa perde força em ritmo acelerado.

Investidores estão retirando dinheiro do setor no ritmo mais rápido em um ano, enquanto dois dos maiores fundos de índice que acompanham o segmento — o ETF iShares Global Clean Energy (ICLN) e o ETF Invesco Solar (TAN) — acumulam baixa de pelo menos 24% em 2021. Desde o início de maio, cerca de 154 milhões de dólares foram retirados de ETFs de energia limpa.

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A pressão das ações de grandes empresas de tecnologia explica o movimento. Fundos com padrões ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, se beneficiaram por muito tempo de participações significativas em gigantes do setor de crescimento. Agora, a recuperação econômica pós-pandemia leva a uma rotação para ações mais baratas, e os benefícios rapidamente se tornam uma desvantagem.

“Tiveram enorme rali em 2020, mas, como muitos desses fundos de momentum e crescimento, devolveram muito de seus ganhos em 2021”, disse Mohit Bajaj, diretor de ETFs da WallachBeth Capital. “Agora estamos vendo uma rotação para nomes mais orientados ao valor.”

Detalhes sobre o plano de infraestrutura de US$ 2,25 trilhões do presidente dos EUA, Joe Biden, não foram recebidos com o entusiasmo que muitos analistas esperavam. Além disso, vários fundos de energia limpa sofreram um impacto no final do mês passado, depois que a Enphase Energy - uma posição com muita demanda - relatou escassez de semicondutores e problemas na cadeia de suprimentos.

“Um retorno para entradas para ETFs de energia limpa que superem os U$ 5 bilhões de janeiro pode exigir uma recuperação do desempenho”, disse Adeline Diab, analista de ESG da Bloomberg Intelligence, em relatório na terça-feira. “O aumento das taxas de juros, maior concorrência e cadeias de abastecimento sob pressão frearam os fluxos.”

Os ativos da categoria caíram nos últimos três meses e agora estão em US$ 18,1 bilhões, abaixo do pico de US$ 22,3 bilhões no final de janeiro.

Com forte exposição ao setor de tecnologia, os fundos de energia limpa podem registrar mais perdas. Marko Kolanovic, estrategista do JPMorgan Chase, alertou na semana passada que grandes alocações em estratégias de crescimento e ESG podem deixar gestores de ativos vulneráveis à inflação. Como os dados continuam apontando para preços mais altos de bens e serviços, ele aposta que investidores serão obrigados a migrar de estratégias de baixa volatilidade para ações de valor.

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