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Ronaldo Koloszuk deve ser reeleito para a presidência do conselho da Absolar (Amanda Perobelli/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 30 de março de 2022 às 06h00.
Última atualização em 30 de março de 2022 às 10h01.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que representa o setor de energia solar, realiza nesta quarta-feira, 30, a eleição do novo Conselho de Administração para o período de 2022 a 2026. Novo, na realidade, é mais uma forma de expressão. Com chapa única, Ronaldo Koloszuk será oficializado como presidente por mais quatro anos. “É um sinal claro da confiança dos associados em nosso trabalho”, afirmou Koloszuk à EXAME.
No período em que está à frente do conselho da entidade, Koloszuk viu o setor de energia solar disparar. Em março, a fonte chegou a 14 gigawatts de potência operacional, ultrapassando a usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do país. Desde 2012, a energia solar garantiu ao Brasil quase 75 bilhões de reais em investimentos, e gerou 420 mil empregos.
Para o dirigente, há um certo charme nessa fonte de energia. “Tem tecnologia e traz a questão da economia”, afirma Koloszuk. “Com um dia de instalação, o cliente consegue uma redução de até 90% na conta de luz. Em três anos, o investimento se paga.”
Em 20 ou 30 anos, é possível que a energia solar supere a hidrelétrica e se torne a fonte de energia número 1 do país. Koloszuk usa dados da Bloomberg para corroborar sua previsão. “Não tenho dúvidas”, diz ele. “A solar está ficando cada vez mais barata. Quem cotou uma instalação há dois e achou caro, hoje não acha mais.”
A facilidade de instalação também colabora para isso. Uma usina de grande porte, por exemplo, é concluída em um ano e meio, uma fração do tempo para se construir uma hidrelétrica ou, até mesmo, um parque eólico. A título de comparação, concluir a construção da usina nuclear de Angra 3 deve levar, pelo menos, 10 anos.
Essa fonte de energia está ficando tão barata, que pode até sair de graça. “É o que mostra um estudo da Singularity University”, diz Koloszuki. “O carro elétrico trará uma grande transformação no setor de energia. A oferta crescerá tanto que a energia será compartilhada como se faz com o Wi-Fi.”
O cenário otimista permanece mesmo com a crise atual do petróleo, em função da Guerra na Ucrânia. “É algo que olhamos no começo, mas, agora, parece improvável que gere alguma ruptura”, diz o dirigente. A pior hipótese possível seria a divisão do mundo, com a China do lado oposto ao do Brasil – nesse caso, haveria dificuldades em comprar equipamentos, já que o gigante asiático é o maior produtor. As chances, no entanto, são remotas.
Impedir a proliferação dos painéis solares só será possível com uma tecnologia, que seja mais eficiente e barata. “Não vemos nada no horizonte”, diz Koloszuk. De qualquer forma, o que poderia ser melhor do que “de graça”?