Em um ano, Netflix quer ir de menos poluente para neutra em carbono
Empresa divulgou planos de redução das emissões, e a ambição é zerar poluição até o final de 2022
Maria Clara Dias
Publicado em 31 de março de 2021 às 09h00.
Última atualização em 16 de junho de 2021 às 18h08.
A Netflix anunciou que pretende se tornar neutra em carbono até o final de 2022. Isso significa que a empresa quer não apenas reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, mas também compensar todas as emissões de gases poluentes até a data.
A meta faz parte do novo plano de sustentabilidade da empresa, batizado de Net Zero + Nature, divulgado na última terça-feira. Para atingir o objetivo, a Netflix começará pelas reduções dos escopos 1 e 2, ou seja, diminuindo as emissões internas das operações. O objetivo é reduzir as emissões em 45% até 2030.
Em um segundo momento, a empresa pretende compensar as emissões que não puder evitar. Para isso, investirá em projetos de proteção ambiental e reflorestamento.
A prática é comum entre as grandes empresas, especialmente as de tecnologia, que pretendem neutralizar o impacto de suas atuações através do pagamento por serviços ambientais e até mesmo créditos de carbono.
Para completar o ciclo da compensação, a Netflix irá também investir em tecnologias de remoção do carbono da atmosfera, como restauração de pastagens, solos e manguezais. “No final do ano de 2022, iremos incorporar investimentos na regeneração de ecossistemas naturais críticos para atingir o valor líquido zero”, afirmou a empresa em comunicado.
De acordo com a companhia de streaming, as metas foram definidas a partir da interação de mais de 60 especialistas e pesquisadores das áreas de recursos naturais e energias renováveis.
Junto do anúncio, a Netflix também divulgou sua pegada de carbono anual pela primeira vez. A empresa gerou cerca de 1,1 milhão de toneladas métricas de CO2 no ano passado, o equivalente às emissões anuais de cerca de 240 mil carros de passageiros.
Metade dessa pegada foi gerada pela produção física de filmes e séries e a outra parcela vem das operações corporativas nos escritórios (45%), e uma parcela menor (5%) vem dos provedores de nuvem que armazenam e distribuem conteúdo na rede em todo o mundo.
O cálculo ainda não contempla as emissões da rede de internet necessária para transmitir os programas e o acesso ao streaming pelos usuários. Para obter esses números, a empresa está se unindo à plataforma Dimpact, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Como uma espécie de calculadora, a Dimpact mostra as emissões relativas ao escopo 3 de empresas, ou seja, a poluição causada na ponta das operações — por fornecedores ou clientes.
De acordo com as projeções da Dimpact, assistir ao serviço de streaming durante 1 hora emite cerca de 100 gramas de carbono, a mesma quantidade emitida por um carro em um trajeto de meio quilômetro.