ESG

Em primeiro balanço, Enjoei deve mostrar força do ESG na moda

Resultado dos primeiros meses de capital aberto da empresa irá ajudar a entender o potencial das práticas ambientais e sociais no setor

Ana Luiza Maclaren e Tié Lima, fundadores da Enjoei: empresa divulga resultado pela primeira vez desde abertura de capital (Leandro Fonseca/Exame)

Ana Luiza Maclaren e Tié Lima, fundadores da Enjoei: empresa divulga resultado pela primeira vez desde abertura de capital (Leandro Fonseca/Exame)

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A Enjoei (ENJU3) divulga nesta terça-feira, 30, os resultados do quarto trimestre e números consolidados de 2020. Essa será a primeira vez que a companhia divulga seu desempenho desde a abertura de capital, em novembro do ano passado.

O ano de 2020 foi um ano agitado para o brechó online, com a alta no e-commerce durante a pandemia, parceria com grandes empresas varejistas de moda e o IPO na Bolsa brasileira. Em 2020 a companhia também triplicou o número de usuários e anunciou novos usos para a EnjuBank, carteira digital da plataforma.

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A empresa conta hoje com 182 mil usuários ativos, 614 mil vendedores e cerca de 85 mil marcas registradas, segundo dados informados ao mercado no terceiro trimestre. No período, a empresa afirma ter adicionado 3,3 milhões de novos produtos ao nosso catálogo e registrou uma alta de 98% de usuários ativos, alcançando a marca de 660 mil.

No IPO realizado em novembro do ano passado, a Enjoei levantou 1,1 bilhão de reais com o valor de 10,25 reais por ação. Desde a estreia na B3, as ações da empresa chegaram a dobrar de valor no início de fevereiro, quando foi cotada a 20,90 reais por ação. Na data da publicação desta reportagem, os papéis da Enjoei estão cotados a 10,98 reais por ação.

Moda positiva

Os resultados da Enjoei também vão de encontro a uma tendência crescente no mundo da moda: o impacto socioambiental positivo. Fundada em 2009, a Enjoei afirma ser ESG em sua essência, mesmo antes da sigla que resume atitudes sociais, ambientais e de governança ganhasse popularidade no mercado.

A sustentabilidade no setor está ligada à ideia de circularidade. Ao comprar uma peça usada, o consumidor estende a vida útil daquele produto, evitando a confecção de novos itens e o descarte precoce de produtos na natureza. No caso da Enjoei, o formato de brechó online também permite aos consumidores obterem uma renda com as vendas e aproximam os compradores de peças com valores mais acessíveis, reforçando a importância social do reuso.

Além disso, a Enjoei doa todas as peças que chegam através do serviço de logística e que não são classificadas para a venda. Desde 2018, foram 150 mil peças doadas para instituições de caridade.

Governança

A Enjoei está listada no Novo Mercado, grupo da B3 que classifica as empresas com as melhores práticas de transparência e governança. A preocupação com a diversidade tem crédito nisso. De acordo com um levantamento feito pela empresa de dados financeiros Teva Índice, em parceria com a corretora Easynvest, a Enjoei é a única empresa da bolsa com mais mulheres do que homens no conselho administrativo. Dos 5 conselheiros da empresa, 3 são mulheres.

Se a moda pega

O reflexo já é sentido em outras gigantes do setor, que veem no mercado de moda de segunda mão uma grande oportunidade de negócio. No início do ano, a Enjoei fez uma parceria com a varejista C&A para que clientes pudessem vender peças usadas na plataforma com o auxílio do serviço de logística Enjoei Pro. Esse serviço faz uma curadoria das peças e se encarrega das fotos, da publicação e da logística de entrega após a venda.

A C&A e a Renner também criaram parceria semelhante com a startup de moda consciente Repassa. Os clientes da Renner podem retirar gratuitamente em determinadas lojas a Sacola do Bem, que serve para enviar ao Repassa peças de vestuário de qualquer marca que não são mais usadas e receber 60% do valor da peça.

Com as vendas da Sacola do Bem, a Repassa afirma ter doado R$ 611 mil em 2020, o triplo que foi doado no ano anteriror.

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