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Eleições 2024: investimentos para o quê e para quem?

Entenda a importância das cidades para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes

Em 2024, listamos prioridades nas áreas de saúde, nutrição, educação, proteção contra violências, resiliência climática e combate à pobreza multidimensional, que podem ajudar a construir cidades melhores (Getty/Getty Images)
Unicef

Colunista

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 11h25.

Por Mario Volpi*

2024 é um ano de extrema importância para os próximos passos do nosso País. É quando vamos escolher os representantes do Executivo e do Legislativo de cada um dos 5.568 municípios brasileiros, o que impactará diretamente a vida e a garantia dos direitos de crianças e adolescentes que neles vivem. Porém, enquanto os debates acontecem e as campanhas estão a todo o vapor, pouco se tem falado dos desafios da infância.

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É nas cidades, sejam elas pequenas, médias ou grandes, em que meninas e meninos nascem, crescem e se desenvolvem. E é nas cidades onde se efetivam políticas públicas essenciais para garantir os direitos à educação, saúde, cultura, proteção contra violências, acesso à água e ao saneamento e outros direitos, mesmo quando implementadas em parceria com estados e Governo Federal. É também nos municípios que muitos fluxos financeiros acontecem com entradas e saídas de recursos, operações comerciais do setor de serviços, atuação de pequenas, médias e grandes indústrias, transações internacionais, entre outras atividades econômicas.

Com base nisso, a poucos dias do primeiro turno das eleições municipais, levanto a seguinte reflexão: investimentos para o quê e para quem?

Quando olhamos para o desenvolvimento do País, é notório que as cidades ocupam um papel importante dentro do pacto federativo, que é a maneira por meio da qual são estabelecidas as funções, os direitos e os deveres entre os entes da Federação ( União, Estados, Distrito Federal e Municípios ), ou seja, é como o Brasil divide as responsabilidades da gestão pública.

Sendo assim, as cidades são centrais na efetividade das políticas públicas e, consequentemente, na garantia de direitos. E para se ter municípios nos quais os direitos de crianças e adolescentes sejam plenamente garantidos, é preciso haver investimentos e estratégias efetivas voltadas à infância e à adolescência.

Olhar para a infância

Seja por meio de planos de governo ou compromissos públicos, aqueles que estão pleiteando uma vaga no Executivo ou no Legislativo precisam entender que focar em crianças e adolescentes não é limitar a agenda política e nem o alcance dos recursos financeiros que terão em mãos. Pelo contrário: ter um olhar especial para a infância e a adolescência é uma oportunidade para que candidatas, candidatos e partidos proponham ações com potencial real de transformação, garantindo direitos não só das meninas e meninos de hoje, mas de toda a população e das gerações futuras.

Nesta semana, por exemplo, acabamos de publicar um alerta sobre as 33 milhões de crianças brasileiras que enfrentam o dobro de dias extremamente quentes, em comparação a seus avós, e chamamos a atenção para a importância de novos prefeitos e prefeitas investirem em medidas voltadas à resiliência climática e aos direitos de crianças e adolescentes. Mas há muito mais por fazer.

É hora de assumirmos um compromisso para que cada município tenha meninas e meninos como prioridade. Presente no Brasil há quase 75 anos, o UNICEF trabalha para que nenhuma menina ou menino seja deixado para trás. Em diferentes áreas, priorizamos os mais vulneráveis.

É por isso que, em 2024, listamos prioridades nas áreas de saúde, nutrição, educação, proteção contra violências, resiliência climática e combate à pobreza multidimensional, que podem ajudar a construir cidades melhores para cada criança e cada adolescente. Para conhecê-las, o material completo está disponível no site da UNICEF.

Entendo que além do compromisso individual de cada um de nós como cidadãos e eleitores, os esforços coletivos também são importantes. Enxergo a iniciativa privada como uma aliada potente para pressionar por investimentos públicos, além de impulsionar investimentos privados, que, nos próximos quatro anos, poderão fazer a diferença na vida de milhares de meninas e meninos.

Por isso, te convido a se juntar a nós, acessando o material que criamos e nos ajudando a defender os direitos de crianças e adolescentes no Brasil.

*Mario Volpi é chefe de Desenvolvimento de Adolescentes do UNICEF no Brasil

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