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Eco Invest encerra 2025 com R$ 14 bilhões para projetos sustentáveis e novos leilões a vista

Programa do Tesouro Nacional já mobilizou R$ 75 bilhões, atrai capital estrangeiro e prepara expansão em 2026 para impulsionar transição ecológica

O programa se consolida como uma das principais apostas do Brasil para acelerar a transição ecológica (Freepik)

O programa se consolida como uma das principais apostas do Brasil para acelerar a transição ecológica (Freepik)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 14h40.

Última atualização em 23 de dezembro de 2025 às 14h53.

Uma das grandes apostas para implementação da agenda climática brasileira, o leilão do Eco Invest fecha 2025 com R$ 14 bilhões destinados a projetos de transição ecológica.

Os recursos financiam iniciativas de transição energética, economia circular, bioeconomia, infraestrutura verde e adaptação climática, com impactos diretos nos territórios, pessoas e redução de riscos associados às mudanças climáticas. 

Desde sua criação em outubro de 2024, o programa já mobilizou pouco mais de R$ 75 bilhões, sendo R$ 46 bilhões captados no exterior.

Mirando 2026, o Tesouro Nacional anunciou que prevê novos leilões para ampliar o alcance do mecanismo, incorporando setores ainda não atendidos.

Em um ano, o programa lançou quatro leilões, introduzindo novos instrumentos financeiros no Brasil, como o "hedge cambial", que reduziu riscos para investidores estrangeiros e ampliou a entrada de capital internacional em projetos verdes.

Durante a COP30 em Belém, foi lançado o "Monitor Eco Invest Brasil", plataforma pública que reúne dados sobre localização, volume de recursos, eixos atendidos e estágio de implementação das ações em curso.

Segundo Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, o objetivo foi aumentar a transparência e fortalecer a governança. 

“O Eco Invest mostrou que o Brasil tem capacidade institucional para transformar capital em impacto ambiental real”, afirmou em nota. 

Impacto positivo em escala

Com a liberação dos recursos do 1º Leilão, iniciada ao longo de 2025, o Eco Invest passou a financiar cerca de 14 projetos. Na economia circular, cinco iniciativas concentram R$ 2,7 bilhões em investimentos voltados à ampliação da coleta e do tratamento de esgoto, com potencial de beneficiar aproximadamente 2 milhões de pessoas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul.

Na transição energética, os aportes superam R$ 7 bilhões, impulsionando a produção de combustíveis renováveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF) a partir da macaúba e biocombustíveis automotivos à base de milho.

Um dos principais projetos é a construção de uma biorrefinaria no interior da Bahia, com capacidade para produzir cerca de 20 mil barris de óleo vegetal, destinados à fabricação de diesel renovável e SAF.

O programa também avançou na agenda de adaptação climática, ao financiar a modernização e o aterramento de redes de distribuição de energia em áreas vulneráveis da Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul, reduzindo o risco de apagões associados a eventos extremos, como chuvas intensas e ventos fortes.

Já o 2º Leilão do Eco Invest foi voltado à recuperação de terras degradadas, mobilizando cerca de R$ 30 bilhões para restaurar 1,4 milhão de hectares em todos os biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado. A estratégia busca ampliar a produção agropecuária sem pressão adicional sobre o desmatamento.

No segundo semestre, o governo lançou o 3º Leilão, com foco em investimentos para startups e empresas em expansão ligadas à economia verde.

O mais recente, o 4º Leilão, foi anunciado durante a COP30 e se concentrou exclusivamente na Amazônia Legal, priorizando bioeconomia, turismo sustentável e infraestrutura, com expectativa de mobilizar até US$ 4 bilhões, especialmente em projetos de ecoturismo.

Ambos os leilões seguem abertos para propostas até o início de 2026.

O Eco Invest é integrado ao Plano de Transformação Ecológica e coordenado pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com 12 bancos credenciados e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido.

O programa se consolida como uma das principais apostar do governo brasileiro para acelerar a transição ecológica e deve seguir no centro da agenda ambiental e econômica em 2026.

Os números do Eco Invest em 2025

  • R$ 14 bilhões destinados a projetos ambientais já em andamento

  • R$ 75 bilhões mobilizados desde o lançamento do programa

  • R$ 46 bilhões captados no exterior

  • 4 leilões realizados entre 2024 e 2025

  • 14 projetos financiados a partir do 1º Leilão

  • R$ 2,7 bilhões em investimentos em economia circular, com foco em saneamento

  • Cerca de 2 milhões de pessoas potencialmente beneficiadas por projetos de esgoto

  • Mais de R$ 7 bilhões direcionados à transição energética

  • 1,4 milhão de hectares de terras degradadas em processo de recuperação

  • Até US$ 4 bilhões previstos no 4º Leilão, com foco na Amazônia Legal

  • 12 bancos credenciados, entre instituições públicas e privadas

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