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Dow e Panasonic oferecem desconto de 20% na compra de geladeira nova em programa de reciclagem

Campanha Reuse, criada pela empresa química em conjunto com o Instituto Akatu, entra em sua terceira fase e visa recolher os eletrodomésticos usados para reaproveitar materiais, como a espuma de poliuretano

As geladeiras e os sistemas de refrigeração contem polímeros plásticos -- solução desenvolvida pela Dow e foco desta terceira fase da campanha "Reuse" (Divulgação / Dow )
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 07h00.

Toda geladeira contém espuma de poliuretano e a empresa química DOW quer que os consumidores devolvam o material isolante, provavelmente fabricado por ela. Essa espuma é um dos polímeros plásticos mais utilizados no dia a dia – presente em colchões, móveis, estofados e sistemas de refrigeração – e se tornou um desafio para a reciclagem.

Pensando em promover a logística reversa e contribuir para a economia circular, a DOW lançou em 2021 a campanha “Reuse: o descarte correto é só o começo” – em conjunto com o Instituto Akatu – visando transformar os equipamentos que seriam descartados em novos produtos. Neste ano, a iniciativa anunciou uma novidade: uma parceria com a Panasonic irá garantir a reciclagem de geladeiras em todas as localidades do Brasil, a partir desta terça-feira, 20.

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Além da coleta do eletrodoméstico na casa dos consumidores de forma gratuita e da destinação para voltar à cadeia produtiva, a ação tem um viés educativo e quer conscientizar sobre a importância do descarte correto para o planeta e o meio ambiente. “Nosso objetivo é acrescentar valor para as espumas de poliuretano no final da sua vida útil. Dessa forma, evitamos que o produto que fabricamos seja descartado de forma incorreta”, destacou à EXAME Leonardo Censoni, diretor comercial do Negócio de Poliuretanos da Dow para a América Latina.

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Segundo o executivo, a campanha está alinhada à estratégia global e regional da empresa, que tem como norte a sustentabilidade para o desenvolvimento de novas tecnologias. “Nós colaboramos e inovamos para oferecer soluções de materiais, e sabemos que a transição para uma economia circular é crucial. Por isso, investimos pesado para possibilitar uma maior reciclabilidade. Ao converter resíduos em outras matérias-primas, também ajudamos nossos clientes a atingir suas metas de circularidade”, destacou.

O Akatu, ONG que promove há mais de 23 anos a educação e conscientização do consumo consciente, encabeça as ações educativas e está à frente dos diagnósticos iniciais, da avaliação do impacto ao longo do projeto e da realização de atividades de conscientização e mobilização nas comunidades.

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Lucio Vicente, diretor geral do Instituto Akatu, disse à EXAME que a expectativa para mais uma fase da iniciativa é muito positiva, especialmente pelo histórico das edições anteriores. “Percebemos uma maior adesão dos consumidores em querer destinar de forma mais sustentável seus produtos. A gestão de resíduos é uma parte da economia circular. Quando trabalhamos também o aspecto educacional e o quanto isso significa para o meio ambiente e para a economia, ele passa a entender que o resíduo irá voltar para a cadeia com uma nova utilidade. Isso gera uma riqueza absurda de consciência e responsabilidade na hora do descarte.”

A troca de um equipamento antigo por um novo significa uma maior eficiência energética e redução do consumo elétrico, gerando menor impacto ambiental. Dependendo do modelo de geladeira da Panasonic, pode haver uma economia de 43% de energia. A saúde pública também se beneficia, visto que a população deixa de abandonar carcaças de geladeiras em locais inadequados – o que poderia propiciar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue.

A fabricante japonesa de eletroeletrônicos relata que já acompanhava a campanha desde sua primeira edição e que essa aproximação está alinhada com sua estratégia ambiental de combate às mudanças climáticas. O programa “Panasonic Green Impact” tem como meta reduzir globalmente a emissão de 300 milhões de toneladas de CO2 até 2050. “A iniciativa é um importante reforço para a coleta e destinação de produtos usados, especialmente as geladeiras. Serão três frentes: educação, comunicação e melhoria da gestão de resíduos. Nós esperamos conscientizar a sociedade.”

Para participar da campanha, basta acessar a página, realizar um cadastro e um atendente irá até o local para a coleta, de acordo com sua localização. Os inscritos irão receber um desconto de 20% para aquisição de um novo modelo da Panasonic em até 30 dias para compras feitas exclusivamente nosite oficial da marca.

As fases iniciais

Quando foi lançada, em 2021, o foco da campanha era no reaproveitamento de colchões e sofás, e as ações foram realizadas em Hortolândia (SP). Nesta primeira fase, foram reciclados mais de 3,5 mil itens, que resultaram no reaproveitamento de 83,8 toneladas de resíduos, entre madeira, espuma de poliuretano, tecidos, borracha, molas e outros. Segundo a Dow, se empilhadas, as peças corresponderiam a 13 torres Eiffel de Paris. Naquele ano, o Instituto Akatu também esteve em cerca de 30 escolas da rede municipal para ensinar sobre descarte correto e mobilizar alunos e a comunidade.

De 2022 até o primeiro semestre de 2023, aconteceu a segunda fase e foi a vez da reciclagem das geladeiras e freezers – limitada a apenas municípios da Grande São Paulo e regiões do estado. Ao todo, foram reciclados 478 equipamentos – o equivalente a cerca de 22 toneladas de materiais. Se empilhados, a altura representaria 22 estátuas do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. No viés educacional, foram impactados mais de 1.200 professores e estudantes da rede municipal de ensino da cidade de Valinhos (SP), e 75 jovens foram capacitados para atuarem como agentes multiplicadores.

Agora, com os três parceiros, a ideia é ir mais longe. “Acreditamos que nesta multiplicação local, a campanha deixa um legado que pode ser replicado. É muito importante unir a iniciativa privada, o poder público, o terceiro setor e toda a comunidade através das escolas. O trabalho em rede, com diferentes stakeholders, tem um impacto não só de resultado, mas também de educação”, destacou Lucio Vicente.

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