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Do Rio de Janeiro a Luxemburgo: Conferências Internacionais das Favelas olham para particularidades

"Eu sei que fazer uma conferência de favela em um país tão rico como Luxemburgo pode parecer estranho, mas acredito que os problemas são globais", escreve Celso Athayde

Celso Athayde (à dir.) em viagem para as Conferências Internacionais das Favelas (Celso Athayde/Divulgação)
Celso Athayde

CEO da Favela Holding

Publicado em 6 de maio de 2024 às 09h43.

Última atualização em 6 de maio de 2024 às 14h39.

Hoje é o grande dia! Depois de iniciar pelo Brasil as Conferências Internacionais das Favelas (IFC20) , mais precisamente no complexo de favelas da Penha, no Rio de Janeiro, vamos dar início hoje às viagens internacionais e tenho o privilégio de dividir essa experiência com meu filho caçula, Vinícius Athayde.

Neste momento, escrevo do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde estamos esperando o Carlos Henrique, que deve perder o voo. Acabamos de despachar as bagagens e vamos construir a chance de contribuir para o próximo G20 com as vozes das pessoas que são de periferias, favelas ou vivem em desvantagem social em qualquer país. Inclusive os de primeiro mundo!

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Faremos as conferências (IFC20) em 41 países, incluindo 15 do continente africano.Eu sei que fazer uma conferência de favela em um país tão rico como Luxemburgo pode parecer estranho; inclusive, a própria existência da CUFA em países ricos pode não fazer sentido para algumas pessoas.

Mas faz sim, pois acreditamos que os problemas são globais, portanto todos devem buscar soluções. A prioridade é ouvir a base da pirâmide desses países, mas não devemos fechar os ouvidos para as contribuições dos outros extratos econômicos que desejam refletir juntos. Por isso, convidamos pessoas de mundos distintos, inclusive políticos.

Tenho que parar de escrever agora, Carlinhos chegou, vamos embarcar, e ele já vem culpando o Thales, meu filho do meio. Que teria sugerido sair mais tarde. Até já...

… Voltei, acabamos de chegar em Portugal, onde faremos conexão. A viagem foi boa, para não dizer que foi perfeita, tivemos alguns probleminhas técnicos:

a) um cara roncou bastante atrás de mim. Ronco é sempre um incômodo quando não é o nosso.
b) uma criança chorou muito, não sei exatamente o motivo, talvez dor nos ouvidos pela compressão. Ela gritava tanto que doía em mim. Tadinha.
c) meu filho Vinícius resolveu dar uma crise de espirro por sofridos 30 minutos. Sobrevivemos e cá estamos, animados para a missão. Ops, estão chamando aqui, depois eu volto…

… Voltei. Acabamos de sentar para o almoço aqui no centro de Luxemburgo. Tudo perfeito, no aeroporto, os membros da CUFA local nos aguardavam com olhos marejados. O Wellington (que negão lindo, educado e ativo) é o nosso presidente aqui.

As iniciativas da CUFA nos países

Agora vamos atualizar as iniciativas que a CUFA tem no país e à noite estaremos visitando o local da conferência. Mas, na real, nada importa se ele será azul ou amarelo, iluminado ou escuro, pequeno ou grande, a única coisa que importa são os conteúdos a serem extraídos para se juntar a todos os outros debates que faremos no mundo.

Aqui, por exemplo, teremos lideranças do Movimento Negro que querem trazer reflexões sobre como as comunidades africanas em Luxemburgo enfrentam desafios e desigualdades específicas em comparação com outros grupos. Enfim, não vai faltar prosa.

Eu sei que o que liga todos os grupos em desvantagem social nesses países são exatamente as desvantagens, mas refletir sobre as particularidades de cada grupo e conectar com os eixos do G20 será o nosso desafio.

Como o fuso horário aqui são de 5 horas, estou bem cansado. Além disso, estou me dividindo, pois estou acompanhando o trabalho das CUFAs no apoio às famílias atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Estamos recebendo contribuições pelo pix doacoes@cufa.org.br - com campanha disponível também no app do Ifood.

É como dizem os grafites do Rio de Janeiro: Deus abençoe o rolê! Agora vamos combinar que amanhã eu conto como foi o encontro. Todo dia será Dia de Conferência Internacional das Favelas. No Brasil e fora dele e a frente nacional antirracista está junto.

Até amanhã!

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