ESG

Desmatamento na Amazônia brasileira em julho de 2021 alcança 1.417km2

O desmatamento em julho caiu em relação ao mesmo mês em 2019 e 2020, mas valor é o maior registrado em 2021 e fica acima da média para o mês

Área desmatada nos arredores de Porto Velho, em Rondônia: os cinco municípios que mais desmataram no mês de julho representam quase um terço de todo o desmatamento identificado na Amazônia no mês de julho (Bruno Kelly/Reuters)

Área desmatada nos arredores de Porto Velho, em Rondônia: os cinco municípios que mais desmataram no mês de julho representam quase um terço de todo o desmatamento identificado na Amazônia no mês de julho (Bruno Kelly/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 14h18.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 14h19.

(Por Talita Assis, da EXAME ESG)

Em julho de 2021 o sistema de monitoramento Deter/Inpe identificou 1.417 km2 de desmatamento na Amazônia brasileira.

Embora o desmatamento no mês de julho tenha apresentado uma queda em relação ao mesmo mês nos anos de 2019 e 2020, este valor é o maior registrado em 2021 e 27% superior à média para o mês de julho.

Os números também são preocupantes quando analisado o acumulado até aqui. Entre janeiro e julho de 2021 foram identificados 3.964,5 km2, valor 50% superior à média para o período.

Novas ferramentas podem auxiliar no combate ao desmatamento

Enquanto os sistemas de monitoramento seguem evidenciando o desmatamento ao longo dos meses, temos chamado a atenção para a necessidade de estratégias para o seu controle. Nos últimos dias dois importantes produtos foram lançados, visando engajar a população e auxiliar o combate ao desmatamento na Amazônia.

No evento de lançamento da Sala de Situação da Amazônia, do Inpe, ocorrido em 30 de julho, a pesquisadora Ana Paula Aguiar explicou que o objetivo do projeto é subsidiar o planejamento estratégico das equipes de fiscalização através de análises do desmatamento identificado pelo Deter/Inpe.

Essas análises são compostas por indicadores de áreas críticas, perfil fundiário destas áreas e análise de riscos de desmatamento. Este último se encontra em fase de desenvolvimento.

A pesquisadora ressalta que o controle do desmatamento é um processo complexo, que vai além das soluções técnicas, por melhores que elas sejam, mas que o Inpe busca aprimorar seus produtos com transparência e com nível de detalhamento adequado à natureza do problema.

No dia 04 de agosto foi lançado também o PrevisIA, ferramenta do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), desenvolvida em parceria com a Microsoft e a Fundo Vale, que utiliza a inteligência artificial, recursos de computação em nuvem e os bancos de dados e a expertise do Imazon para estimar as áreas com maior risco de desmatamento e desta forma possibilitar que ações sejam tomadas para prevenir este desmatamento.

Segundo o pesquisador associado do Imazon Dr. Carlos Souza Jr. “o grande avanço desse projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de Tecnologia da Informação para facilitar o engajamento de diversos usuários na prevenção e no controle do desmatamento da Amazônia”.

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(Divulgação/Divulgação)

Os cinco municípios que mais desmataram no mês de julho representam quase um terço de todo o desmatamento identificado na Amazônia no mês de julho. Nesta lista chama a atenção o fato de que quatro deles (Porto Velho, Lábrea, São Félix do Xingu e Altamira) também estavam entre os cinco com maior desmatamento em junho, com exceção de Humaitá, que foi substituída por Apuí, também localizada no sul do Amazonas. Conheça mais sobre estes municípios.

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(Divulgação/Divulgação)

Disclaimer

Essas análises foram embasadas no Deter, o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal na Amazônia, desenvolvido pelo Inpe para dar suporte à fiscalização, através do repasse diário dos dados mapeados para o Ibama e outros órgãos competentes.  Esse sistema monitora vegetação com fisionomia florestal dentro da Amazônia Legal Brasileira, excluindo áreas previamente desmatadas. Portanto, não são contabilizadas as áreas que passaram por desmatamento no passado, estavam em processo de regeneração florestal e foram novamente desmatadas.

A identificação de alterações da cobertura florestal é feita por interpretação visual de especialistas, com área mínima próxima a 3 hectares. Para o público geral são disponibilizadas as áreas superiores a 6.25 hectares através do site. A metodologia e as estatísticas de validação do Deter publicadas em artigo científico está disponível aqui.

Embora o Inpe enfatize que a finalidade do Deter seja a expedição de alertas para suportar a fiscalização e que os números oficiais do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira sejam fornecidos anualmente pelo Sistema Prodes, a divulgação do Deter tem permitido que a sociedade acompanhe mais de perto a dinâmica do desmatamento na região.

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