ESG

O desafio da Nestlé para seus fornecedores: criem soluções sustentáveis

No Innovation Challenge deste ano, evento que reúne os maiores parceiros da companhia, a meta é solucionar problemas de nutrição, logística e embalagens

Apresentar uma empresa no mercado para uma venda bem-sucedida demanda bastante trabalho antes da elaboração dos materiais sobre a empresa. (PM Images/Getty Images)

Apresentar uma empresa no mercado para uma venda bem-sucedida demanda bastante trabalho antes da elaboração dos materiais sobre a empresa. (PM Images/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 11h36.

Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 11h38.

No final de setembro, mais de mil funcionários da Nestlé e de 11 grandes fornecedores da companhia se reuniram em um evento online. A meta: solucionar desafios de sustentabilidade. É a quarta vez que a gigante de alimentos realiza o Innovation Challenge, evento baseado em uma plataforma aberta de inovação que estimula o desenvolvimento de tecnologias em conjunto com os parceiros de negócios da empresa. Pela primeira vez, o foco esteve no socioambiental.

Foram chamados para o desafio os maiores fornecedores da companhia, entre eles 3M, Klabin, Cargil, Coopersucar e DHL. Ao longo de setembro, times formados por profissionais de diferentes empresas realizaram sprints de trabalho, organizados em squads, como manda o método Ágil de gerenciamento de projetos. Também havia a presença de especialistas nas áreas em questão.

As empresas foram divididas em quatro pilares temáticos: cadeia de fornecimento, produtos, embalagens e logística. Cada fornecedor iniciou o trabalho com duas soluções. À medida que os trabalhos avançaram, a menos viável foi descartada. Das 22 ideias, 12 resistiram até a etapa final, nos dias 29 e 30 de setembro, que consiste em um pitch para uma banca formada por 9 pessoas: 5 diretores, 2 representantes do parceiro e 2 funcionários da Nestlé.

“Não temos como resolver os desafios ESG sozinhos”, afirma Renate Giometti, gerente de inovação da Nestlé. “No mundo em que vivemos hoje, precisamos aprender a cocriar.”

A partir do pitch, a Nestlé irá definir quais ideias virarão contratos. Segundo Giometti, os projetos aprovados podem ser assinados por dois anos. Em caso de soluções patenteadas, haverá uma negociação. Todos os trabalhos são sigilosos, pois envolvem informações estratégicas – um Non Disclosure Agreement (NDA) garante que não haja vazamentos. Todo mundo precisa assinar.

Conexão com startups

O Innovation Challenge tem como foco principal o relacionamento com as grandes empresas. Mas a Nestlé também possui um programa para startups. Em julho, a empresa anunciou o lançamento do Panela, que segue o mesmo princípio de inovação aberta, só que com pequenas empresas.

A proposta é encurtar o caminho entre a empresa e diferentes ecossistemas de inovação, gerando negócios entre agentes como startups, grupos empresariais, universidades, scale-ups, entre outros. “O Panela vem para ser um hub importante para nos ajudar a ter mais clareza sobre como podemos construir soluções ativamente em um ecossistema já tão pulsante”, afirmou Carolina Sevciuc, diretora de transformação digital da Nestlé.

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A iniciativa vem para consolidar uma interação que, segundo Carolina, já existia na companhia. “No início, nosso processo era muito bater na porta de cada startup e entender o ecossistema de inovação do Brasil”, diz. “Agora, essas startups têm um meio mais simples de conectar, serem desafiadas e nos desafiar”. A plataforma nasce da parceria com organizações e hubs de inovação aberta como o Distrito, TechStart, Endeavor, AEVO e Nexus.

Atualmente, a empresa já tem cinco programas em andamento, entre acelerações e desafios de inovação aberta. Com o lançamento da plataforma, a Nestlé também dá início a outros dez desafios de inovação envolvendo temas como sustentabilidade, nutrição infantil, lácteos e supply chain. Até o final do ano, a intenção é ter 14 programas rodando.

 

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