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COP15: tempo para chegar a acordo pela biodiversidade está se esgotando

Apesar dos avanços em algumas frentes, tudo indica que as complexas negociações se estenderão até 19 de dezembro, indo além do prazo estabelecido.

O presidente da China, Xi Jinping, aparece em vídeo na abertura das negociações ministeriais

 (AFP/AFP)

O presidente da China, Xi Jinping, aparece em vídeo na abertura das negociações ministeriais (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 17 de dezembro de 2022 às 15h09.

As cruciais negociações da ONU destinadas a selar um "pacto de paz pela natureza" entram em sua fase final neste sábado (17), o último dia em que os governos do mundo se reúnem oficialmente em Montreal para a COP15.

"Ainda temos grandes desafios pela frente" nos últimos três dias, "essa é nossa responsabilidade comum", disse o ministro do Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, que preside a conferência.

Apesar dos avanços em algumas frentes, tudo indica que as complexas negociações se estenderão até 19 de dezembro, indo além do prazo estabelecido.

"Imagine uma partida de futebol com 200 times jogando no mesmo campo ao mesmo tempo. É isso que estamos tentando fazer aqui", declarou o brasileiro Braulio Dias, da equipe de transição do presidente eleito Lula, e ex-secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica.

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Com as horas contadas, 3.100 cientistas publicaram uma carta aberta pedindo uma ação imediata para impedir a destruição dos ecossistemas.

"Devemos isso a nós mesmos e às gerações futuras, não podemos esperar mais", afirmaram.

O que está em jogo no Canadá é o futuro do planeta e se a humanidade pode reverter a destruição do habitat, a poluição e a crise climática, que ameaçam a extinção de um milhão de espécies de plantas e animais.

O acordo resultante deve ser um roteiro para os países seguirem até 2030, depois que o último plano de 10 anos assinado no Japão não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos, algo amplamente atribuído à falta de mecanismos para monitorar sua implementação.

As mais de 20 metas em debate incluem um compromisso fundamental de proteger 30% do espaço terrestre e marítimo, algo que se compara com o compromisso do Acordo de Paris de manter o aquecimento global no teto de 1,5°C.

Além disso, os ministros buscam pactuar a redução dos subsídios agrícolas que destroem o meio ambiente, obrigar as empresas a monitorar e divulgar seus impactos sobre a biodiversidade e estabelecer políticas sobre espécies invasoras.

Fundos insuficientes

O maior ponto de conflito reside na quantia de dinheiro que os países ricos fornecerão aos países em desenvolvimento para implementar políticas para preservar seus ecossistemas.

Vários países anunciaram novos compromissos, tanto na COP quanto anteriormente. A União Europeia prometeu 7 bilhões de euros até 2027, o dobro de seu compromisso anterior.

Mas esses compromissos ainda estão muito aquém do que os observadores dizem ser necessário e do que buscam os países em desenvolvimento.

O Brasil, em nome de um grande grupo de países em desenvolvimento, pede 100 bilhões de dólares por ano, dez vezes mais do que os recursos aportados atualmente.

Porém, a França respondeu que os países desenvolvidos só aumentarão o financiamento se planos mais ambiciosos forem acordados, incluindo a redução do uso de pesticidas, uma concessão difícil para os países do Sul, de quem o agronegócio depende fortemente.

"Não podemos lamentar pelas espécies e não assumir nenhum compromisso real ao final desta COP", disse na sexta-feira o ministro do Meio Ambiente da França, Christophe Bechu.

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