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Como engajar os colaboradores com o letramento racial

A partir do letramento racial, organizações são convidadas a refletirem sobre como o antirracismo é uma responsabilidade de todos

O letramento racial vem para combater a estrutura racista existente com a falta de políticas de diversidade, equidade e inclusão nas organizações (Divulgação/Divulgação)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de abril de 2023 às 08h03.

O letramento racial é uma iniciativa importante para dirigentes, gestores e colaboradores de qualquer empresa, pois não só educa as pessoas sobre o racismo estrutural na sociedade e sua importância, como também mobiliza a todos sobre seu papel no combate a ele.

O último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 56,1% dos brasileiros se declaram negros e, algumas ações, como o letramento racial, podem ser grandes aliadas para contribuir com o antirracismo nas empresas e transformar a realidade do mercado.

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Isso acontece porque, a partir do letramento racial, organizações são convidadas a refletirem sobre como o antirracismo é uma responsabilidade de todos. Esse entendimento melhora as relações de trabalho e interpessoais, diminuindo o impacto dos casos de racismo na carreira de profissionais negras e negros. Além disso, ajuda a promover ações para aumentar o número de colaboradores negros nas organizações.

Usando o letramento racial para combater o racismo nas organizações

Ter profissionais diversos nos times permite ter múltiplas perspectivas, além de trazer benefícios, como: melhoria para os negócios e também cria uma cultura de pertencimento ainda mais forte em nossos colaboradores, assim como em nossos clientes, investidores e parceiros.

É a diversidade que faz com que o ambiente de trabalho seja criativo, rico em ideias e inovador. Em uma sociedade tão plural como a nossa, perder talentos por conta de preconceitos é inaceitável.

O letramento racial vem para combater a estrutura racista existente com a falta de políticas de diversidade, equidade e inclusão nas organizações, e também, para propor que pessoas brancas reconheçam o problema e façam análises sobre suas ações.

Para isso destaco a importância de uma liderança engajada; parcerias externas a fim de trocas de conhecimentos que compartilhem sobre a história do Brasil e como o racismo estrutural foi se construindo ao longo de nossa história; reforçar que essa é uma luta de todos, cada colaborador tem seu papel (pessoas negras e não negras, em todas as funções e hierarquias) e trazer ferramentas para que os colaboradores possam se apoiar para entender mais e saber como atuar.

Por exemplo, nós atuamos junto com o Movimento pela Equidade Racial (MOVER), que é formado por 48 empresas unidas com o propósito de promover ações de diversidade, equidade e inclusão que contribuam para reduzir a desigualdade e combater o racismo estrutural no mercado de trabalho no Brasil. No final do ano passado foi lançado o Desafio Mover, um jogo de letramento racial e a Manserv foi uma das empresas que teve a maior taxa de engajamento das companhias associadas. Alcançamos esse resultado, justamente, porque houve o envolvimento da liderança, e automaticamente, todos os colaboradores começaram a jogar.

Tudo isso não é de um dia para o outro e sim uma jornada. Todos temos vieses que foram construídos a partir de nossas referências e história, é preciso antes de mais nada DESCONSTRUIR para CONSTRUIR, trabalhar na consciência desses vieses para que possamos criar um ambiente cada vez mais inclusivo.

*Ricardo Moreira, CEO da Manserv, formado em Ciências Jurídicas, MBA em Administração de Negócios (Ohio) e especialista em Agile Transformation pela Harvard Business School. Docente do MBA em Gestão de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein e do programa de Educação Médica continuada.

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