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Com delivery de 267 anos, BK expõe disparidade salarial por gênero

Campanha da rede de restaurantes Burger King Brasil mostra que ainda falta muito para que homens e mulheres com as mesmas funções tenham salários iguais

Burger King lança campanha Delivery de 267 anos (Eduardo Frazão/Exame)

Marina Filippe

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 13h59.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 15h19.

A falta de equidade salarial entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções nas empresas deve ser um incômodo de todos, como propõe a nova campanha da rede de restaurantes Burger King Brasil.

A "Delivery de 267 anos" busca evidenciar a tensão social. Nos últimos dias, os pedidos recebidos no delivery próprio do Burger King Brasil (BK Delivery) apresentaram o prazo de espera de 267,6 anos para chegar até a casa dos consumidores, o mesmo intervalo previsto para a equiparação de salários (entre homens e mulheres) ser atingida no mundo—segundo o Global Gender Gap Report de 2021.

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Todo o filme da campanha é composto pelas reações de pessoas reais, personalidades e consumidores, ao se depararem com o tempo desproporcional retratado na ativação.

Hoje, segundo pesquisa do IBGE, mulheres ganham até 23% menos que os homens nas mesmas funções, e o Brasil é o 89º país no ranking de oportunidades econômicas para mulheres, segundo World Economic Forum. Embora essa diferença seja um problema global, o Brasil se destaca negativamente como um dos piores países nesse ranking de diferenças salariais, atrás inclusive de países como Jamaica, Paraguai e Nigéria.

Salário no Burger King

A campanha é a primeira após o Burger King Brasil ter divulgado, no final do ano passado, seus compromissos públicos de ESG nos pilares de sustentabilidade “Nossa Comida”, “Nossa Pegada” e “Nossa Gente”. Ao final do filme, o consumidor é convidado a conhecer mais sobre o tema equidade na empresa e os compromissos assumidos publicamente, por exemplo, no que diz respeito à igualdade de mulheres na liderança do corporativo e dos restaurantes.

Atualmente, o Burger King Brasil conta com aproximadamente 17 mil funcionários e tem 48% de sua liderança em seu escritório corporativo composta de mulheres e 51% de liderança feminina em seus restaurantes. E uma consultoria global contratada, atestou não haver diferença salarial significativas entre os gêneros na companhia. Além disso, a companhia também possui o selo Women on Board, que reconhece às organizações que incentivam a presença de mulheres em conselhos administrativos ou consultivos, apoiado pela ONU Mulheres.

“A idealização da campanha é uma forma de abrir caminhos e incentivar a sociedade a debater uma causa de extrema importância. Acreditamos que nosso papel como organização e marca é incentivar a reflexão acerca de um assunto tão essencial como é a equidade salarial de gênero”, diz Juliana Cury, diretora de marketing e inovação da BK Brasil, máster franqueada das marcas Burger King® e Popeyes® no país.

A campanha foi idealizada pela agência David, com direção de criação de Renata Leão e produzida pela Sailor, cujo quadro de colaboradores participantes da iniciativa é 100% composto de mulheres. A campanha também contou com o apoio de Cristina Naumovs, consultora de criatividade e inovação que acompanhou todo o processo.

"Os dados do Global Gender Gap Report 2021 mostram que isso é um grande engano. O fim está bem longe. Mas esforços como esses fazem, pelo menos, ficar um pouco menos longe. Cobrar e lembrar constantemente é um dever de todos", diz Renata Leão, ECD da David.

 

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