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Colapso inevitável de montanhas na Noruega ameaça povoados com grande tsunami

Tecnologia permite monitorar o comportamento geológico; mesmo assim, não é possível prever quando o acidente de grandes proporções deve acontecer

Vigilância: instrumentos, como GPS, sensores topográficos e sondas, medem seus menores movimentos para soar o alarme, se necessário (AFP Photo)

Vigilância: instrumentos, como GPS, sensores topográficos e sondas, medem seus menores movimentos para soar o alarme, se necessário (AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 31 de julho de 2024 às 14h48.

Última atualização em 31 de julho de 2024 às 14h58.

Um dia, é certo, uma parte da montanha desabará na água, provocando ondas gigantescas, mas isso não preocupa os moradores ao redor do fiorde ocidental da Noruega, que permanecem calmos face a este tsunami previsto. Décadas atrás, a montanha Åkerneset, um mastodonte mineral coberto de musgo e arbustos, foi dividida. Seu flanco oriental se rompe gradualmente, até 10 cm por ano, e desliza de maneira irreversível em direção ao fiorde Sunnylvsfjord, a seus pés.

"Toda esta encosta da montanha é instável e se move, o que pode causar um grande deslizamento de terra", explicou o geólogo Lars Harald Blikra à beira da fissura que monitoriza há cerca de 20 anos para a Direção de Recursos Hídricos e Energia (NVE).

Este colapso "cairá no fiorde e causará a formação de grandes tsunamis", disse Blikra, com a cabeça coberta por um capacete laranja. "Isso pode acontecer em dois, três ou em 50 anos, não sabemos", acrescentou.

Segundo um relatório de avaliação de riscos publicado em 2016 pela Segurança Civil norueguesa, há 54 milhões de m³ de rocha que podem ruir, em blocos ou em secções, e gerar ondas com dezenas de metros de altura que podem atingir em minutos uma dezena de cidades próximas ao sistema de fiordes.

Este cenário inspirou o filme catastrófico Bølgen ("A Onda"), mas não é ficção. Em 1934, a poucos quilômetros de distância, um deslizamento de terra desencadeou um tsunami com ondas de até 64 metros que ceifaram a vida de 40 pessoas.

"Não estamos aqui para nos divertir", insistiu Blikra. "Existe uma forte possibilidade de que um grande evento ocorra e seja uma séria ameaça à sociedade", enfatizou.

Ondas de 80 metros?

Localizados no fundo do fiorde, os povoados de Hellesylt e Geiranger são os mais expostos. Segundo as projeções mais alarmantes, estes locais turísticos poderiam ficar submersos por ondas de 70 a 80 metros.

Olav Arne Merok, um septuagenário que viveu toda a sua vida em Geiranger, estaria na primeira fila.

"Aqui estamos a uns 30-40 metros [de altitude]. É certo que se a onda chegar aos 90 metros ficaremos debaixo de água", admitiu, rindo, do terraço de sua casa. "Mas não podemos viver com esta ideia constantemente na cabeça."

No cais onde os cruzeiros atracam no verão, Geir Gjørva, um agente marítimo de 69 anos, também permanece calmo.

A onda? "Ninguém sabe qual será o seu tamanho, se será assim ou assado", disse ele, erguendo a mão como se fosse uma régua de medição. "Pode acontecer lenta ou rapidamente. Ninguém sabe."

Pesadelo

Dado o perigo que representa, Åkerneset é sem dúvida uma das montanhas mais vigiadas do mundo. Toda uma bateria de instrumentos, como GPS e sensores topográficos em sua superfície e sondas em suas entranhas, mede seus menores movimentos para soar o alarme, se necessário.

Segundo os geólogos, o maciço rochoso não desabará repentinamente no fiorde. O colapso principal deverá ser precedido por sinais que darão tempo para retirar as populações.

"Ter de retirar milhares de pessoas de uma pequena área devido ao risco de deslizamento de terra é um cenário de pesadelo para um prefeito", admitiu Einar Arve Nordang, prefeito reeleito de Stranda, o município que inclui Hellesylt e Geiranger. Mas ele garante que "estamos prontos".

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