Charles III, um rei ecologista
No passado na Escócia, ele fez o discurso de abertura na COP26, no qual pediu aos líderes mundiais que redobrem seus esforços para combater o aquecimento global
Karla Mamona
Publicado em 11 de setembro de 2022 às 14h34.
O novo rei britânico, Charles III, é um ambientalista com uma longa história de campanha pela proteção da natureza, agricultura orgânica e luta contra as mudanças climáticas, um compromisso que pode seduzir a população mais jovem.
Entre imagens de atividades oficiais e eventos reais, sua conta no Instagram como Príncipe de Gales apresenta momentos no quais defende causas ambientais no Reino Unido e no exterior.
Há registros plantando árvores, exibindo frutas e vegetais orgânicos de sua casa em Clarence House e flores coloridas em seu jardim em Highgrove, além de uma visita a um manguezal ameaçado em São Vicente e Granadinas, no Caribe.
Quando o Reino Unido sediou a cúpula do clima COP26 no ano passado na Escócia, ele fez o discurso de abertura, no qual pediu aos líderes mundiais que redobrem seus esforços para combater o aquecimento global. "O tempo literalmente acabou", avisou.
Desde seu primeiro grande discurso público sobre o assunto em 1970, Charles "alerta para todos os aspectos do meio ambiente", diz Bob Ward, do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment.
Quando o Reino Unido sediou a cúpula do clima COP26 no ano passado na Escócia, ele fez o discurso de abertura, no qual pediu aos líderes mundiais que redobrem seus esforços para combater o aquecimento global. "O tempo literalmente acabou", avisou.
Desde seu primeiro grande discurso público sobre o assunto em 1970, Charles "alerta para todos os aspectos do meio ambiente", diz Bob Ward, do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment.
Vida sustentável
Charles possui um jardim público e uma fazenda orgânica em Highgrove. Alguns agricultores vizinhos ficaram inicialmente céticos, mas o local se tornou um sucesso comercial, vendendo seus produtos "Duchy Organic" na rede de supermercados Waitrose.
"Sua Alteza Real deu muitos passos pessoais para viver de forma mais sustentável", diz o site oficial sobre o então príncipe de Gales.
Ele observou que 90% da energia usada em seu escritório e residência vem de fontes renováveis, e quase metade disso é gerada por painéis solares no local, caldeiras de biomassa e bombas de calor, sendo o restante da eletricidade e gás comprados de fontes renováveis.
Por vários anos, Charles publicou sua pegada anual de carbono, incluindo suas viagens não oficiais, o equivalente a 445 toneladas por ano em março de 2022.
Seu carro, um Aston Martin que ele dirige há mais de 50 anos, foi modificado para usar vinho branco inglês excedente e soro de leite da fabricação de queijo. Utiliza uma mistura de 85% de bioetanol e 15% de combustível sem chumbo.
O monarca preside a organização de defesa animal WWF-UK desde 2011, assim como seu pai, o príncipe Philip, que ocupou esse cargo de 1981 a 1996.
Ele também dirige outras associações, como "Surfistas Contra Águas Residuais" e deu palestras sobre a perda de biodiversidade.
Em abril, escreveu um artigo para a revista Newsweek intitulado "Nossos filhos nos julgam". No ano passado, criou o prêmio Earthshot, que reconhece projetos com soluções para a crise climática.
Sua postura em questões como meio ambiente gerou críticas, que indicam que ele ignorou normas constitucionais que estabelecem que a família real deve permanecer politicamente neutra.
Charles repetidamente prometeu defender as práticas constitucionais e reiteirou ao assumir o trono. Pode ser que, para ele, causas ambientais não sejam diretamente políticas.
Como rei, terá menos tempo para suas paixões de jardinagem e agricultura. Em uma entrevista de 1986, ele admitiu falar com plantas, inspirando uma série de piadas.