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Catar quer aumentar produção de gás natural em 85% até 2030

O Catar é um dos maiores produtores de GNL do mundo ao lado de Estados Unidos, Austrália e Rússia

Gás natural: ministro disse que produção pode ser expandida ainda mais "se houver necessidade". (Brazil Photos/Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 06h30.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2024 às 11h26.

O Catar anunciou planos para expandir a produção do maior campo de gás natural do mundo, o que aumentará a capacidade para 142 milhões de toneladas por ano antes de 2030.

De acordo com a Al Jazeera, a expansão do Campo Norte acrescentará mais 16 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano aos planos de expansão já existentes.

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"Estudos recentes mostraram que o Campo Norte contém enormes quantidades adicionais de gás, o que eleva as reservas do Catar para mais de 20 trilhões de metros cúbicos", disse o ministro da Energia do Catar, Saad Sherida al-Kaabi, que também dirige a empresa estatal QatarEnergy.

De acordo com o ministro, esses resultados "nos permitirão começar a desenvolver um novo projeto de GNL a partir do setor oeste do Campo Norte, com uma capacidade de produção de cerca de 16 milhões de toneladas por ano", disse ele.

Segundo informações da Al Jazeera, isso elevará a capacidade de produção do Catar para 142 milhões de toneladas quando "a nova expansão for concluída antes do final desta década" - um aumento de quase 85% em relação aos níveis de produção atuais.

O chefe da QatarEnergy disse que a empresa "iniciará imediatamente" os trabalhos de engenharia para garantir que a expansão seja concluída a tempo. O North Field faz parte do maior campo de gás do mundo, que o Catar compartilha com o Irã, que chama sua parte de South Pars.

O Catar é um dos maiores produtores de GNL do mundo ao lado de Estados Unidos, Austrália e Rússia.

Países asiáticos liderados por China, Japão e Coreia do Sul têm sido o principal mercado para o gás do Catar, mas a demanda também cresceu nos países europeus desde que a guerra da Rússia contra a Ucrânia colocou em dúvida o fornecimento. O conflito completou dois anos no final de semana.

Os últimos planos de expansão seguem uma enxurrada de anúncios de acordos de fornecimento de gás do Catar a longo prazo, incluindo novos negócios com Índia (contrato de 20 anos) e Bangladesh (contrato de 15 anos).

No ano passado, o Catar assinou acordos de GNL com a chinesa Sinopec, a francesa Total, a britânica Shell e a italiana Eni.

Essa expansão mais recente na produção pode não ser a última do Catar, já que o ministro da Energia disse que a avaliação dos reservatórios de gás continuará e a produção será expandida ainda mais "se houver necessidade do mercado".

Colapso do preço do gás

A concorrência pelo GNL aumentou desde o início da guerra na Ucrânia, especialmente com a Europa, que precisa de uma grande quantidade para ajudar a substituir o gás russo que costumava representar quase 40% das importações do continente.

O anúncio do Catar foi feito em um momento em que os preços do gás nos EUA são negociados perto do nível mais baixo de todos os tempos, se ajustados à inflação, após uma década de aumentos meteóricos na produção, o que tornou os EUA um dos maiores exportadores de petróleo e gás.

Os preços do gás na Europa também caíram, apesar da queda no fornecimento russo, depois que EUA e o Catar ajudaram a substituir o antigo fornecedor.

Apesar da queda nos preços, todos os principais produtores de gás, incluindo EUA, Austrália e Rússia, querem aumentar a produção, apostando em um maior crescimento da demanda e nas preocupações de que sua commodity poderá não ser tão necessária daqui a algumas décadas partindo da premissa de que a transição energética pode tornar a energia verde mais barata.

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