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C&A, Malwee e Renner lideram ranking de transparência na moda

Índice mede o quanto as empresas divulgam informações suas políticas trabalhistas, de pagamento e seus impactos sociais e ambientais

Coleção da C&A com marcas nativas digitais: empresa lidera o ranking de transparência pelo segundo ano (C&A/Divulgação)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 12h29.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às 16h03.

A C&A lidera, pelo terceiro ano, o Índice de Transparência da Moda Brasil , ranking que mede a disposição das empresas em divulgar suas práticas trabalhistas e os impactos que causam na sociedade e no meio ambiente. A empresa marcou 74 pontos de 100 possíveis.

Em segundo lugar, ficou a Malwee, com 68%, a primeira marca nacional a entrar no ranking global de transparência -- a edição brasileira foi lançada em 2018. Em seguida, estão Renner (59%), Youcom (59%), Hering (57%), Havaianas (55%) e Osklen (51%). Treze marcas zeraram a pontuação, entre elas Brooksfield, Fórum, Olympikus e TNG.

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O índice foi lançado há três anos como uma das iniciativas do Fashion Revolution, movimento global criado em 2013, como resposta ao desastre do Rana Plaza, em Bangladesh. O prédio abrigava cinco confecções de roupas e desabou, matando 1.138 pessoas.

A tragédia é considerada um ponto de inflexão no mercado de moda. As confecções trabalhavam para as melhores grifes do planeta. A desproporção entre os salários das costureiras e o preço final das peças nas boutiques da Champs-Élysées, sem contar as péssimas condições de trabalho, gerou uma mobilização global pela transparência no segmento.

O ranking da transparência é realizado globalmente. A primeira edição brasileira foi lançada em 2018, com 20 marcas analisadas. Este ano, 40 companhias entraram no índice. Para obter a pontuação, são analisados mais de 200 indicadores, que incluem desde trabalho forçado e igualdade de gênero, até o descarte de resíduos têxteis.

Embora o ranking apresente uma boa fotografia das marcas com atuação mais sustentável, ele apenas indica as empresas que se dispõem a divulgar informações, e não o que de fato estão fazendo. "Sabemos que a transparência sozinha não representa o tipo de mudança sistêmica e estrutural que queremos ver dentro da indústria da moda, mas ela ajuda a revelar as estruturas em vigor para que possamos entender como mudá-las”, afirma Eloisa Artuso, diretora educacional do Fashion Revolution Brasil.

Mesmo na questão da divulgação de dados, há muito a evoluir. Das 40 marcas, apenas 5 divulgam suas políticas de pagamento a fornecedores, 10 publicam suas pegadas de carbono e só 2 divulgam, anualmente, as emissões de toda a cadeia de produção.

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