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COP29 - Azerbaijao - Baku - 2024 - Geraldo Alckmin Foto: Leandro Fonseca data: 11/11/2024 (Leandro Fonseca/Exame)
Editora ESG
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 12h39.
Última atualização em 12 de novembro de 2024 às 14h24.
*De Baku
Antes mesmo de sua participação na programação oficial de discursos dos representantes dos países participantes da COP29, Geraldo Alckmin falou no pavilhão do Brasil. A sala lotada entrou na onda bem humorada do vice-presidente, que arrancou palmas e risadas ao começar contando que no dia anterior resolveu uma palavra-cruzada com ajuda de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas presente na delegação e no palco.
A pergunta no jogo era sobre o que a ministra usava na cabeça. A resposta? Cocar. A partir de então, o representante oficial do Brasil seguiu com um discurso otimista e protocolar, sobre a honra de apresentar, nesta COP, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país. Nas palavras do vice-presidente, conforme a nota enviada dias antes pelo governo, "a meta reflete a mais alta ambição do país, com compromisso de redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005".
Alckmin salientou ainda, em linha com o que disse minutos antes a ministra Marina Silva, que "nossa NDC é muito mais do que simplesmente uma meta de redução de emissões para 2035, pois considera a visão de um país determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável".
Pouco mais de meia hora mais tarde, basicamente as mesmas palavras - sem a piada do cocar, claro - foram repetidas no dicurso que fez no chamado segmento de alto nível, espaço de negociação e diplomacia, onde os estados-nações representam suas posições individuais e articuladas.
Nem meta revisada, nem presidência da COP
Em atendimento à imprensa logo após a fala oficial, não houve detalhamento da suposta revisão na (NCD), já que a meta anunciada rendeu muitas críticas ao governo. O recado parece ter sido passado mais cedo, durante o discurso oficial, quando o vice-presidente pontuou que a meta embora ambiciosa, é também factível. E para a imprensa, reiterou que entregam uma NDC "importante e bastante ousada".
Faltou ainda responder uma das perguntas mais frequentes nos bastidores, entre especialistas, executivos e ambientalistas: quem presidirá a COP30. Uma fonte ouvida por EXAME há algumas semanas ponderou que a definição está bastante atrasada, pois costuma ser divulgada tão logo o país sede se confirma como anfitrião.
No caso do Brasil, que em exatamente um ano recebe a cúpula do clima em Belém, os nomes cotados são os de Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio de Ambiente (MMA), e do embaixador André do Lago, que recentemente chefiou a delegação brasileira na COP16. O próprio vice-presidente é outro nome na bolsa de apostas.
No entanto, a julgar pelos muitos elogios e agradecimentos a Ana nominalmente, que acompanha a delegação e foi citada tanto por Alckmin quanto por Marina Silva, é possível que a secretária esteja em posição de vantagem. Questionada por EXAME na saída da plenária do segmento de alto nível, a ministra respondeu apenas que o anúncio será feito em momento oportuno.