Bill Gates: "Precisamos de mais energia nuclear para zerar as emissões na América e evitar um desastre climático" (Lou Rocco / Colaborador/Getty Images)
Para o bilionário e ativista climático Bill Gates, se o mundo quiser um dia se ver livre do aquecimento global, os países devem parar de desativar usinas nucleares. A defesa de Gates sobre as usinas como uma resposta adequada aos problemas climáticos foi feita durante uma reunião da Assembleia de Energia Nuclear do Instituto de Energia Nuclear dos Estados Unidos na última quarta-feira, relata a CNBC.
Gates, que é também um investidor em energia nuclear, defendeu que empresas devem parar de fechar suas usinas ativas, e países precisam dar uma chance a essa fonte de energia, caso queiram combater as mudanças climáticas. O empresário disse que os Estados Unidos devem não só manter as usinas de pé, mas investir na construção de novos projetos.
“Se levarmos a sério a solução da mudança climática e, francamente, temos que fazer, a primeira coisa que devemos fazer é manter reatores seguros operando”, disse Gates. “Precisamos de mais energia nuclear para zerar as emissões na América e evitar um desastre climático”, disse Gates.
Vale lembrar que o interesse de Bill Gates, apesar de ambiental, também é econômico. Ele é fundador e presidente da TerraPower, empresa de tecnologia nuclear.
Ao contrário do que tem sido visto no restante das empresas do setor nos EUA - que anunciam o fechamento dos reatores restantes - a TerraPower anunciou, no início deste mês, que construirá uma usina nuclear avançada em uma usina de carvão em processo de desativação no estado de Wyoming.
Desde 1960, os Estados Unidos aposentaram 40 geradores nucleares, o cenário caminha para um ano recorde de aposentadorias, segundo a agência de energia norte-americana.
Apesar de confusa, a afirmação à favor dos reatores tem lá o seu embasamento. Ao lado de matrizes limpas como a solar e a eólica, a energia nuclear tem despontado como uma alternativa viável na transição verde, afinal, quase não emite carbono.
Enquanto reguladores discutem se o urânio, substância que dá funcionamento ao processo de fissão das usinas nucleares, deve deixar de ser considerado um componente perigoso para dar lugar ao título de combustível de transição. Fato é que, 10 anos após o desastre da usina de Fukushima, ainda é cedo para afirmar se é possível confiar na energia nuclear. Afinal, quando algo dá errado, o prejuízo ambiental é incalculável.
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