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A Mata Atlântica é um dos biomas ricos do mundo em biodiversidade (Bússola/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 16 de agosto de 2023 às 11h28.
A biodiversidade é um tema que tem ganhado relevância nas reuniões corporativas, especialmente por conta da aceleração das práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Os incentivos para isto são, por exemplo, a preservação da natureza e dos negócios, o interesse dos investidores por companhias que sabem lidar com riscos ambientais, e a pressão dos consumidores socioambientalmente responsáveis.
As abordagens para estimular a mobilização empresarial global em torno do meio ambiente e da perda de biodiversidade são as mesmas usadas para gerar ações com a finalidade de reduzir a mudança climática, e têm se ampliado desde a criação do Marco Global de Biodiversidade, em dezembro.
No entanto, de acordo com a consultoria Bain & Company, nem todas as medidas de transição de carbono ajudam a biodiversidade. Parques eólicos e infraestrutura para energia de hidrogênio geralmente impactam negativamente a biodiversidade local. Além disso, embora a mudança climática seja relativamente fácil de medir com base na temperatura e nos níveis atmosféricos de gases de efeito estufa, a biodiversidade tem vários fatores, como especificidades por região e dinâmica de sistemas complexos, que tornam muito mais difícil mensurar e monitorar a recuperação.
Ainda de acordo com a consultoria, três setores da indústria são os principais responsáveis pelos impactos na biodiversidade: a cadeia de alimentos, fibras e biocombustíveis; a infraestrutura urbana e sua conexão com o meio ambiente; e o sistema de recursos naturais e energéticos.
Mesmo conhecendo riscos e oportunidades atrelados ao tema, as empresas enfrentam quatro barreiras ao desenvolver estratégias de biodiversidade: desconhecimento do impacto da empresa, falta de informações sobre oportunidades de negócios, falta de padrões corporativos claros e dificuldade de financiamento.
Para as companhias, a necessidade de recuperar a biodiversidade apresenta oportunidades e desafios. Algumas empresas já lideram ações no segmento, com a incorporação de iniciativas em suas cadeias de valor e estabelecendo metas ambiciosas para a proteção ambiental. Parte dessas companhias já está conseguindo capturar valor de tais estratégias.
De olho nas iniciativas das companhias em busca de sustentabilidade, a Bain & Company elencou os cinco movimentos positivos para a preservação da biodiversidade a partir das práticas do setor privado:
Para construir um negócio com mais impacto positivo na natureza, empresas podem adotar uma abordagem estruturada e estratégica; executar uma análise de materialidade para identificar o cenário base de riscos, impactos e dependência em biodiversidade; avaliar o potencial de criação de valor; traçar uma estratégia integrada; e envolver todos os seus stakeholders.
Algumas companhias já estão colhendo benefícios financeiros e ambientais ao agir em prol da biodiversidade. Assim, ao seguir uma abordagem estruturada, as corporações podem lucrar ao mesmo tempo em que se tornam positivas para a natureza e contribuem para a preservação da biodiversidade.