B3 revisa índice de emissões de carbono com BNDES e Blackrock para ampliar número de empresas
Nova metodologia tem novos critérios e considera o coeficiente entre emissões e receita bruta. Bolsa definirá score para cada empresa, que terá de estar acima do setor
Editor ESG
Publicado em 13 de junho de 2024 às 09h20.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 13h28.
A B3, empresa que controla a bolsa de valores de São Paulo, adotou uma nova metodologia para o ICO2 B3, índice que engloba empresas que divulgam suas emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Com essa mudança, mais empresas poderão ser incluídas e os critérios de avaliação serão mais rígidos.
Os novos critérios focam na eficiência e qualidade da gestão das emissões, levando em consideração o coeficiente entre emissões de GEEs e a receita bruta, juntamente com um score relacionado à gestão das mudanças climáticas pelas empresas.
“Queremos oferecer um índice que reflita a preocupação das empresas com uma economia de baixo carbono”, afirmou Henio Scheidt, gerente de índices da B3, em comunicado.“Estamos trazendo critérios que indicam boas práticas corporativas reconhecidas internacionalmente para a gestão de emissões de gases do efeito estufa. Isso será um instrumento de apoio para as empresas no avanço da transição energética.”
A partir de janeiro de 2025, as empresas que desejarem integrar a carteira do ICO2 B3 deverão atender a certos requisitos, como fazer parte do Índice Brasil Amplo (IBrA B3, composto atualmente por 172 empresas com base em critérios de liquidez). Anteriormente, de 2010 a 2019, eram convidadas a participar do índice as empresas do IBrX 50. A partir de 2021, seguindo uma revisão da metodologia, a composição da carteira passou a englobar as empresas do IBrX 100.
Com a nova revisão, a B3 passa a definir um score de gestão de emissões de gases de efeito estufa para cada empresa do universo considerado, visando analisar a adoção de práticas de gestão que indiquem melhorias ao longo do tempo.Os novos critérios de entrada incluem:
- Fazer parte do Índice Brasil Amplo (IbrA B3);
- Validar e autorizar o uso de informações sobre emissões de GEE e práticas de gestão no ESG Workspace;
- Estar no recorte de 75% das empresas que menos emitem GEEs proporcionalmente à receita
- Possuir um score de gestão de emissões de GEE superior ao do seu setor
Parceria com BNDES e Blackrock
A revisão do ICO2 foi realizada em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) . “O banco acredita no potencial dos ETFs para promover o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro”, disse, em comunicado, Alexandre Correa Abreu, diretor de mercado de capitais e finanças sustentáveis do BNDES.
Maior gestora do mundo, com 9 trilhões de dólares em ativos, a Blackrock também se envolveu na elaboração do novo modelo. A gestora possui um índice ETF atrelado ao ICO2 desde 2011, o iShares ECOO11. “Por meio deste ETF, os investidores têm acesso a uma ferramenta que os ajudam a alcançar os objetivos de investimento, e expõem suas carteiras a um tema atual bastante relevante, que é a transição energética”, afirma Paula Salamonde, diretora do segmento institucional e Ishares ETF da empresa no brasil.