Em primeiro relatório, Arco quer mostrar lado ESG da educação
Empresa divulgou hoje seu primeiro relatório ESG como uma tentativa de mostrar maturidade na missão social ligada à educação e definir metas para o futuro
Maria Clara Dias
Publicado em 10 de agosto de 2021 às 12h54.
Última atualização em 10 de agosto de 2021 às 18h53.
Ao final do ano passado, a Arco Educação, unicórnio brasileiro que desenvolve soluções educacionais, já havia antecipado que o ESG (ambiental, social e de governança) seria a principal diretriz e objetivo para 2021. Alguns meses depois, a empresa anuncia a publicação de seu primeiro relatório com este tema, com suas primeiras metas e compromissos socioambientais e de governança para o futuro.
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O lançamento do relatório acontece em um momento de intenso crescimento da empresa, o que pode facilitar o cumprimento de alguns objetivos, segundo Juliana Gregory, diretora de impacto na Arco Educação. “A ideia é evoluir em pontos que são importantes para a empresa”, diz. “ESG para nós é o jeito certo de fazer o que já fazemos”.
Apesar de ser o primeiro relatório público sobre o tema, muitas iniciativas já foram identificadas, afirma Juliana. Um exemplo está em ações com foco na igualdade de gênero dentro da companhia: cerca de 51% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e 46% dos cargos sêniores também são femininos.
Segundo Juliana, tais práticas sempre fizeram parte da cultura corporativa da Arco, contudo, a oficialização da área de ESG e o primeiro vislumbre das ações internas ao público e aos investidores deve reafirmar a missão da empresa em transformar a vida de jovens estudantes e educadores a partir de seu papel social. Hoje, as soluções da Arco impactam cerca de 1,7 milhão de alunos em mais de 6.000 escolas no país.
No relatório, a empresa define sua matriz de materialidade — temas com maior relevância na agenda ESG — a partir de alguns conceitos: qualidade e acesso à educação, atração e retenção de talentos, diversidade e inclusão, ambiente de trabalho, desenvolvimento e carreira, gestão sustentável de recursos, entre outros.
Junto com o lançamento, a empresa também cria a área de ESG, que irá ajudar outras áreas e unidades de negócio, como gestão de pessoas e produtos, a atingir os objetivos sociais e ambientais apresentados neste primeiro panorama. A ideia é criar projetos em conjunto para, entre outras coisas, consolidar a governança da nova área.
Segundo Juliana, de todos os pontos materiais, o mais fácil de ser alcançado será o de impacto na educação. Para isso, a empresa vai expandir a atuação com escolas, lançar novos produtos e ampliar também o alcance do Arco Instituto, braço social da empresa.
Para a Arco, democratizar o acesso ao ensino também será possível com mais informações sobre a jornada de aprendizagem dos alunos. A empresa vai elaborar pesquisas contínuas sobre o impacto de seus produtos na evolução de jovens e educadores de todo o país. “Impacto na educação é o que fazemos todos os dias, e nossa missão agora será ampliar isso para o maior número de jovens possível”, diz.
Ao que tudo indica, o grande desafio da nova pauta ESG da Arco envolverá o time interno. Neste primeiro relatório, a empresa ainda não apresentou o cenário da representatividade e presença de minorias sociais e raciais na companhia, mas deve contratar uma consultoria para ajudar nesta frente.
Mesmo com a pandemia, a empresa somou algumas conquistas dentro do comprometimento socioambiental. Uma delas foi o lançamento do Arco Instituto, que atua junto com organizações sociais. O instituto apoia financeiramente organizações sociais com programas voltados para a educação de jovens de 15 a 20 anos em situação de vulnerabilidade. Hoje são 20 organizações na rede, e a ideia é expandir para 100 organizações nos próximos dois anos.
Do ponto de vista ambiental, a empresa está desenvolvendo um projeto de logística verde com foco no descarte de materiais escolares. “Também estamos adaptando nossos conteúdos para formar jovens já conscientes da importância desse tema”.
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