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A estratégia por trás do primeiro ETF ESG do BTG

Fundo replica a carteira de índice desenvido pela S&P em parceria com a B3. Petrobras e BRF estão fora, mas Braskem tem boa avaliação. Entenda

O índice S&P/B3 Brasil ESG agrega 96 ações de 93 empresas, todas brasileiras (Natnan Srisuwan/Getty Images)

O índice S&P/B3 Brasil ESG agrega 96 ações de 93 empresas, todas brasileiras (Natnan Srisuwan/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 16h26.

Última atualização em 1 de abril de 2021 às 14h19.

O mundo brasileiro dos investimentos passará por duas grandes ondas, nos próximos anos. A primeira, é a da busca por investimentos de renda variável, como as ações, em função do baixa atratividade da renda fixa. Nesse caso, a expectativa é de um crescimento acelerado dos chamados fundos de índice, ou ETFs, também conhecidos como fundos passivos, pois seguem um índice de mercado e não uma carteira de ações. A segunda onda é a do ESG, sigla em inglês para meio ambiente, social e governança, a coqueluche do momento entre os investidores mais antenados.

     

    O banco BTG (que faz parte do grupo que controla a EXAME), resolveu abraçar as duas tendências. Há duas semanas, o banco lançou o ESGB11, fundo de índice negociado em bolsa que segue critérios ESG. O fundo replica a carteira do índice S&P/B3 Brasil ESG (SPBRESBP), recém lançado pela bolsa brasileira e desenvolvido pela S&P Dow Jones, em parceria com o próprio BTG. Fazem parte do índice 96 ações de 93 empresas, todas brasileiras -- o BTG tem 2 anos de exclusividade para o uso do índice.

    A metodologia de avaliação das empresas segue o padrão utilizado pela Dow Jones no mais célebre índice de sustentabilidade do mundo, o Dow Jones Sustainability Index, criado em 1999 e, até hoje, a principal referência em desempenho ESG do mercado financeiro. “A ideia era criar um índice para o Brasil, que não existia com esse nivel de representatividade”, afirma Andrea Weinberg, sócia e gestora de renda variável do BTG Pactual. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, principal referência no Brasil, agrega apenas um terço do número de empresas do S&P/B3 Brasil ESG. 

    O método para definir a carteira foi o de filtros de exclusão. “Excluímos apenas empresas de armamentos, carvão mineral e tabaco. Os demais setores, entram todos”, explica Andrea Cardia, que também é sócia e gestora de renda variável do banco. “A intenção é avaliar o desempenho ESG dos ativos. Existem empresas de petróleo melhores e piores, por exemplo”. Entre as empresas selecionadas está a Braskem, do setor petroquímico.  

       

      Em relação às excluídas, duas empresas chamam atenção: BRF e Petrobras. Ambas pagam o preço dos escândalos de corrupção em que se envolveram. A BRF, no caso da operação Carne Fraca, deflagrada em 2018; e a Petrobras, na Lava Jato. O envolvimento em ilícitos ou em episódios gerados por problemas de governança são fatores excludentes. Mas, nada impede que elas integrem o índice no futuro, quando a poeira baixar. 

      Ambas as empresas apresentam boas notas nos critérios ambientais e sociais. A nota ESG define, também, o peso de cada ação na carteira. Nenhum papel pode representar mais do que 10% do fundo. 

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      Mercado em expansão 

      Para Will Landers, sócio e chefe de renda variável do BTG Asset Management, o mercado brasileiro deve ver o lançamento de mais ETFs nos próximos anos. “Esse tipo de produto nunca foi tão forte aqui como é nos Estados Unidos e na Europa. O contexto atual, entretanto, favorece o investimento em renda variável”, diz Landers. 

      No caso dos investimentos ESG, conceito que vem ganhando tração, mas ainda levanta mais dúvidas do que soluções entre os investidores, a facilidade de acompanhar um índice de padrão global ajuda muito quem quer se arriscar nessa nova modalidade.

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