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Empresários defendem a união do Brasil em prol do crescimento do país

Em evento do Credit Suisse, Rubens Menin, Abilio Diniz e João Camargo cobraram segurança jurídica no país para atrair investimentos e novos negócios

Rubens Menin, João Camargo e Abilio Diniz discutem o futuro do Brasil para os próximos 10 anos (Esfera Brasil/Divulgação)

Rubens Menin, João Camargo e Abilio Diniz discutem o futuro do Brasil para os próximos 10 anos (Esfera Brasil/Divulgação)

O empresário Rubens Menin, presidente da MRV Engenharia, afirmou nesta terça-feira (31) que é preciso união no país para que o Brasil possa voltar a crescer. “Não se faz uma grande nação sem união. Que tenhamos mais ideais comuns em 2023. É preciso melhorar o ambiente de negócios no Brasil para que a gente consiga surfar”, ressalta o fundador da CNN Brasil e do Banco Inter.

No evento “ Latin America Investment Conference”, organizado pelo Credit Suisse, na zona sul de São Paulo, o empresário Abilio Diniz, da Península e do Carrefour, cobrou segurança jurídica para que os empreendedores tenham condições de fazer novos negócios. “Investidor quer segurança jurídica. Se for julgado, que seja pela lei. Que haja segurança ambiental e também política, se tiver isso, o dinheiro vem para cá”, disse.

O painel “Brasil: os próximos 10 anos” foi mediado por João Camargo, executive chairman da CNN Brasil e presidente do Conselho da Esfera Brasil. Ele destacou o quanto os contribuintes serão prejudicados com o retorno do voto de qualidade do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), proposta apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“A Receita poderá votar duas vezes. Cobra de quem paga imposto e não vai atrás do sonegador. Ao achar estranho o planejamento tributário de uma empresa, ela solta um auto de infração estratosférico. Isso atrapalha o balanço da empresa, diminui o rating de classificação e ela carrega isso por 7 anos até chegar ao Carf”, explica João Camargo.

Rubens Menin também se mostrou contrário à volta do voto de qualidade e afirmou que a medida traz insegurança jurídica, ainda mais em um país com a complexidade tributária e de legislação do Brasil: “Carrega a espada na cabeça e a flecha no balanço da empresa. É um retrocesso”, conclui.

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Reforma Tributária

No painel, os empresários defenderam a realização de uma reforma tributária, de preferência, acompanhada da reforma administrativa, para reduzir o tamanho do Estado e os gastos.

“A carga tributária chegou ao limite. Temos que melhorar a base de arrecadação e simplificar, como é nos Estados Unidos. Aqui temos guerra fiscal entre os estados. Dificilmente sairá uma reforma ampla. O Estado precisa ser menor e gastar menos. Isso já pensando lá na frente em como diminuir os impostos”, destaca Menin.

Juros e Banco Central

Já Abilio Diniz lembrou que a alta taxa de juros é prejudicial sobretudo às classes mais vulneráveis. “O Banco Central deveria começar a baixar as taxas. O que a inflação nos ensinou é que ela é mortal para as classes menos favorecidas. Mas avançamos, a inflação foi de 13% para 6% em seis meses, mas está voltando, não é mais cadente. Isso é perigoso e um momento complicado para empreender”, ressalta.

O executivo da MRV se disse favorável à independência do Banco Central por entender que os juros não são a causa, mas a consequência do status interno. “Os juros são altíssimos no Brasil. Isso sangra as famílias, as empresas, o desenvolvimento. É preciso baixar os juros de forma sustentável, criar as condições”, pontua.

Investimentos

Apesar da guerra da Ucrânia, Diniz foi otimista em relação ao cenário mundial e lembrou a reabertura da China, que é um grande importador. O empresário ressaltou também que o Brasil é um país atraente para o mercado, com 200 milhões de habitantes e avanços tecnológicos, mas cobrou mais investimentos.

“Tínhamos 25% do PIB em investimentos. Caiu para menos de 20% e a maior parte do dinheiro vem da iniciativa privada. Temos que ter investimento em gestão e educação. Tem que olhar para o ensino básico, para as crianças”, afirma.

Entre as oportunidades de negócios que possam atrair capital para o Brasil estão os setores de saneamento básico e a infraestrutura, entre eles aeroportos e ferrovias.

Desigualdade

Os empresários pontuaram que o Brasil precisa reduzir a desigualdade social para crescer, com geração de emprego. A filantropia foi uma das soluções apresentadas.

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