Brasil terá demanda crescente de energia até 2026, diz relatório da IEA
Necessidade deve ser suprida principalmente por energia eólica e solar
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Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 06h00.
A demanda por energia no Brasil deve crescer uma média de 2,5% ao ano pelos próximos dois anos. A previsão é do relatório “Electricity 2024 - Analysis and forecast to 2026”, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Além disso, a produção solar e eólica aumentará em 50% em 2026, e novas linhas de transmissão são preparadas para transformar o setor de energia.
De acordo com o documento, esse crescimento deve ser impulsionado principalmente pela atividade econômica e um maior consumo residencial. É esperado que parte significativa desta demanda dos próximos anos seja preenchida pela energia originária de fontes renováveis. Relatório BloombergNEF’s Energy Transition Investment Trends 2024 destaca que o País investiu cerca de US$34,8 bilhões somente em 2023.
O relatório cita a previsão do governo federal de expandir o acesso à energia elétrica pelo programa Luz para Todos, que deverá incluir dois milhões de brasileiros moradores de áreas remotas, principalmente na região Norte. Novas linhas de transmissão devem integrar a região Nordeste – cujas condições climáticas são propícias para a geração de energia renovável – e os estados do Sudeste e Sul, que concentram a maior parte das plantas industriais.
Para compartilhar informações e promover uma ação política coordenada com foco na transição energética, o Ministério de Minas e Energia (MME) realizou a primeira reunião do Grupo de Trabalho do G20 sobre essa pauta. Foram apresentados temas prioritários, como a aceleração dos esforços de financiamento da transição energética, especialmente em países em desenvolvimento e a necessidade de avançar no desenvolvimento de mercados de combustíveis sustentáveis, contemplando perspectivas inovadoras.
Cenário global
Também é esperado que fontes renováveis de energia correspondam a mais de um terço da produção global em 2025. Somado a isso, o aumento da demanda global por energia deve ser puxado pelas economias emergentes, principalmente Índia, China e países do Sudeste Asiático. Em relação à energia nuclear, há expectativa pelo aumento da capacidade de produção na Europa, em até 50% da produção atual, até 2050.
O documento da IEA também aponta eventos climáticos que provocaram interrupções em larga escala no abastecimento e distribuição de energia em todo o mundo no último ano. Entre os episódios estão uma tempestade de neve ocorrida nos Estados Unidos, a tempestade Ciarán, que causou transtornos em regiões da França e do Reino Unido e o ciclone Biparjoy, que atingiu parte da Índia.