A petrolífera russa Yukos avisa que pode não conseguir mais cobrir seu déficit de caixa a partir de meados de agosto. Em comunicado emitido nesta quinta-feira (22/7) e noticiado pelo jornal britânico Financial Times, a companhia, responsável pela extração diária de 1,7 milhão de barris de petróleo, afirma que conseguiu cobrir seu saldo negativo em julho, mas pode não ser capaz de repetir a façanha daqui em diante.

Logo depois de a declaração circular, as ações da Yukos caíram 15%. A empresa afirma que já não conta com um dólar da receita da venda em leilão público de sua principal unidade de extração de petróleo, a Yungaskneftegas.

A operação determinada pelo Judiciário levantaria recursos para abater pouco mais da metade dos impostos devidos referentes ao exercício de 2000, cerca de 3,4 bilhões de dólares. Mas contraria a lei de falências local, pela qual a Yungaskneftegas seria o último ativo a ser vendido.

"A administração da Yukos está no momento empreendendo todos os esforços para levantar recursos adicionais para quitar o mais rápido possível suas obrigações tributárias e financiar suas operações correntes", diz o comunicado. "Porém, caso esses esforços fracassem e a Yungaskneftegas seja vendida, a administração da companhia se verá compelida a anunciar a falência da maior companhia de petróleo da Rússia", prossegue o texto.

O diretor financeiro da Yukos, Bruce Misamore, diz o Financial Times, avalia a unidade, responsável por 60% da produção e "espinha dorsal" da petrolífera, em mais de 30 bilhões de dólares. Analistas de mercado, no início desta semana, avaliaram que a empresa deve ser arrematada, caso vá mesmo a leilão, por 1,75 bilhão de dólares.