Economia

Yellen: Inflação nos EUA está em trajetória de queda, não há evidências de pressão da economia

Secretária do Tesouro reforçou o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal e com a redução do déficit

Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos (Leandro Fonseca/Exame)

Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos (Leandro Fonseca/Exame)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 25 de abril de 2024 às 15h55.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira, 25, que não está preocupada com o desempenho da inflação ou da economia americana, em entrevista à Reuters.

Segundo Yellen, os números do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) no primeiro trimestre estão em linha com os resultados do ano passado, ainda representando resiliência da economia e queda dos preços.

A autoridade nota que a "força subjacente" da atividade americana tem como base os componentes de demanda final, especialmente os gastos do consumidor e de investimentos. Questionada se isso poderia ser um problema para a inflação, Yellen negou.

"Temos um mercado de trabalho bom e resiliente, mas não vejo evidências de que ele esteja tão apertado a ponto de os salários pressionarem a inflação", disse. "Para mim, os dados demonstram que estamos em trajetória de queda da inflação até níveis normais."

Em relação à dívida fiscal, Yellen afirmou que a sustentabilidade fiscal é um dos focos do governo e reconheceu que o "déficit precisa diminuir" nos EUA.

A autoridade comentou ainda sobre a força do dólar no exterior. Evitando nomear um país específico, Yellen argumentou que ajustes das taxas de câmbio em grandes mercados podem ser apropriados diante da divergência no desempenho das economias globais, mas somente com intervenções "raras e excepcionais", por exemplo, em casos de volatilidade excessiva.

Questionada sobre sua viagem para a China, Yellen reforçou que levantou preocupações em relação à sobrecapacidade de produção de bens chineses nos mercados de energia limpa, como veículos elétricos, painéis solares, entre outros. De acordo com ela, a própria China reconhece o problema, mas "falta lidar com ele".

"No entanto, não queremos que nossa indústria desapareça neste meio tempo, então não quero eliminar qualquer opção de resposta" afirmou, acrescentando que entre os problemas está a oferta excessiva de subsídios para a produção de bens. "A China adotar exportações como caminho para o emprego máximo não será aceitável para o resto do mundo."

Além disso, Yellen disse considerar sanções sobre bancos chineses, caso seja confirmado que as relações comerciais com a Rússia estão ajudando a reconstruir bases e indústria de defesa militar. "O Tesouro está autorizado a sancionar entidades da China ou de qualquer país que facilite fluxo de bens militares para a Rússia e é um poder que estamos prontos para usar, se necessário. Mas tivemos muitas discussões sobre a China sobre isso e eles entendem nossa posição", afirmou, evitando comentar se esta é uma possibilidade iminente.

Acompanhe tudo sobre:Janet YellenEstados Unidos (EUA)PIBChina

Mais de Economia

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária