Economia

Vem aí uma crise ainda pior que a de 2008, alerta Jim Rogers

Megainvestidor garante que há 100% de chances da uma nova turbulência ocorrer; crise de dívida pública na Europa será a principal causa

Jium Rogers em evento na China em 2011 (Getty Images)

Jium Rogers em evento na China em 2011 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 08h28.

São Paulo – O mundo está caminhando para uma nova crise financeira, ainda pior do que a observada em 2008, principalmente por conta da difícil situação de dívida pública nos países na Europa, declarou nesta quarta-feira o mítico gestor de fundos Jim Rogers, em entrevista concedida à rede de televisão americana CNBC.

“Nós certamente veremos novas crises surgindo nos Estados Unidos e na Europa; o mundo está em apuros”, alertou Rogers. Segundo o megainvestidor, os países têm gasto uma quantidade enorme de dinheiro como não se via há décadas, e agora estão colhendo os efeitos negativos disso.

“A nova crise será pior que a de 2008 porque a dívida dos países é muito maior neste momento”, revelou Rogers, que ficou famoso por ter sido o sócio de George Soros no Quantum Fund, que obteve uma rentabilidade de 4.200% em seus primeiros dez anos de vida.

O guru dos investidores explica que, em 2008, os Estados Unidos quadruplicaram sua dívida pública para barrar os efeitos negativos da crise, e alertou que agora a situação é diferente. “O sistema é agora muito mais extenso e a maior economia do mundo não tem condições de quadruplicar novamente seu endividamento para suportar mais uma turbulência. A Grécia não pode dobrar a sua dívida também. Ou seja, a próxima crise será muito pior”, disse.

“Em 2002, (a crise) foi ruim. Em 2008, foi pior. Em 2012 e 2013 será pior ainda – portanto, tomem cuidado”, destacou Rogers. Como solução, ele sugeriu para que todos em dificuldade decretem falência. “Chame todos numa sala e diga que você irá a ‘falência’. Você irá sobreviver e todos seguirão seu caminho. Nós nos certificaremos de que seus cheques estarão limpos. Os depósitos de todos estarão garantidos e o sistema irá sobreviver”, afirmou.

Rogers toma como exemplo a possibilidade de a Grécia abandonar a Zona do Euro, fato este que seria “desastroso”, já que o país europeu retornaria ao seu estado monetário anterior, classificado por ele como “forma das antigas”. “Eles (o governo grego) iriam começar a imprimir dinheiro. Ninguém lhes concederia empréstimos. A inflação iria disparar e a economia ficaria cada vez pior”, previu.

"Seria melhor se nós pudéssemos segurar o euro juntos e reorganizar. As pessoas estão ‘falidas’ e quando isso ocorre devemos enfrentar a realidade. A ideia é reorganizar os ativos, atrair gente competente e começar de novo sobre uma nova base”, disse Rogers.

Câmbio

Questionado sobre a situação na Europa e o desempenho do euro, Rogers afirmou que continua a apostar nas moedas, mas somente pelo fato de que as fortes desvalorizações nos últimos meses têm propiciado um ponto de entrada atrativo neste tipo de investimento (câmbio).

“Todas as moedas estão em péssimo estado, mas ainda espero ganhar dinheiro com elas”, concluiu.

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