Economia

Vamos anunciar 3 ou 4 grandes privatizações em até 60 dias, diz Guedes

Ministro também pontuou que as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) estão agora melhorando para uma contração pouco acima de 4% este ano

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 10h57.

Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 11h50.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que o governo irá anunciar nos próximos 30 a 60 dias a privatização de 3 a 4 grandes companhias.

Em live promovida pela Fundación Internacional para la Libertad, o ministro disse, em inglês, acreditar que o Congresso dará seu apoio às privatizações, complementando que o presidente Jair Bolsonaro já concorda com as operações. A instituição é presidida pelo prêmio Nobel de literatura, Mario Vargas Llosa.

Há um mês, Guedes já havia dito que três ou quatro grandes privatizações estariam no radar do governo para serem tocadas neste ano.

Há cerca de um mês, ministro tocou no assunto, sem tocar no nome das companhias, e avaliou que este seria um "excelente ano" para as subsidiárias da Caixa Econômica Federal (CEF) fazerem uma "grande" oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no valor de 20 bilhões de reais a 50 bilhões de reais, "bem maior até" que uma Eletrobras, segundo ele.

O ministro também pontuou que as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) estão agora melhorando para uma contração pouco acima de 4% este ano, ante projeções que chegaram a se aproximar de uma queda de dois dígitos.

O ministro também  voltou a dizer que a economia brasileira estava "decolando" quando foi atingida pela pandemia de covid-19. Após os gastos extraordinários deste ano, o ministro prometeu uma redução drástica de despesas em 2021.

"Até o final do ano, já devemos estar de volta", afirmou Guedes.

Para 2021, ele afirmou que a ideia será reduzir dramaticamente as despesas, que foram afetadas neste ano pelas medidas extraordinárias para o enfrentamento à pandemia.

Ele estimou que o PIB poderá subir 3%, 3,5%, 4% no ano que vem e disse que o foco será ir mais fundo e mais rápido nas reformas econômicas.

"Gastamos 10% do PIB em 2020 em programas de assistência na pandemia. O déficit fiscal seria de 1% do PIB neste ano, mas vai chegar a 11% do PIB. Em 2021, voltamos à trajetória fiscal e reduziremos drasticamente o gasto".

Mais uma vez, Guedes destacou que o governo brasileiro gastou mais que o dobro da média dos países emergentes em medidas de enfrentamento à pandemia. "Apenas os Estados Unidos gastaram mais que o Brasil", repetiu.

O ministro citou o liberalismo defendido por Vargas Llosa para dizer que a agenda liberal do governo de Jair Bolsonaro não foi alterada pela crise:

"Não quero entrar profundamente na guerra cultural, prefiro falar de economia. O presidente Bolsonaro nos dá o suporte para seguirmos com as privatizações e o programa de reformas. Perdemos um ano fiscal, mas preservamos vidas e o Brasil irá surpreender o mundo novamente", completou.

Novo programa de renda

O ministro voltou a dizer que o governo pretende focalizar os diversos programas de transferência de renda em apenas um, o chamado Renda Brasil. Segundo ele, melhorar a eficiência desses repasses permitiria aumentar a base de beneficiários sem elevar o custo fiscal da medida.

"Estamos próximos de criar novo programa de renda e devemos adicionar cerca de 6 milhões de pessoas às 20 milhões que já recebem recursos pelos programas existentes (como o Bolsa Família). Vamos concentrar três, cinco programas de renda que não funcionam em um só que funcione. Hoje gastamos R$ 100 e só R$ 5 vão para os pobres", afirmou.

O ministro prometeu também ações para estimular o emprego na saída da crise causada pela pandemia de covid-19.

Ele voltou a reclamar da associação de um novo imposto sobre pagamentos com a extinta CPMF. "Não temos espaço fiscal para eliminar impostos na folha de salários, por isso vamos reduzir imposto na folha e um novo imposto está sendo estudado. Queremos substituir o imposto cruel sobre folha, mas não haverá aumento de carga tributária", garantiu.

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