Economia

União prevê arrecadar R$1 bi com venda de petróleo e gás em 2018

Os recursos poderão ser obtidos após o governo publicar em dezembro uma medida provisória que autorizou o comércio direto de petróleo e gás natural

Petróleo: a União deverá vender a sua primeira carga, com cerca de 500 mil barris de petróleo do campo de Mero, na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, até a primeira quinzena de abril (Edgar Su/File Photo/Reuters)

Petróleo: a União deverá vender a sua primeira carga, com cerca de 500 mil barris de petróleo do campo de Mero, na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, até a primeira quinzena de abril (Edgar Su/File Photo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 17h54.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 17h55.

Rio de Janeiro - O governo federal prevê arrecadar neste ano 1 bilhão de reais com a comercialização de petróleo e gás da União produzidos no pré-sal sob regime de partilha de produção, disse à Reuters o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

O montante considera volumes de 5 milhões de barris de óleo equivalente, produzidos entre 2015 e 2018, segundo o secretário, que também é presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal responsável por representar os direitos da União nos contratos de partilha.

Félix ressaltou que os recursos poderão agora ser obtidos após o governo publicar em dezembro uma medida provisória que autorizou a PPSA a comercializar diretamente petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos da União.

"Essa e outras iniciativas como os leilões de áreas de exploração e produção, retomados com grande sucesso em 2017 e já programados para 2018, impulsionam o Brasil para uma rota virtuosa de desenvolvimento", afirmou ele, ressaltando sua perspectiva de reflexos do setor na recuperação econômica do Rio de Janeiro.

Os recursos deverão ajudar o governo federal a fechar as suas contas. Além do montante com a comercialização da produção do pré-sal, a União prevê receber 3,5 bilhões de reais neste ano com leilões de áreas exploratórias.

O modelo de partilha de produção, que viabiliza o pagamento do chamado "óleo lucro", foi criado no passado para que a União pudesse se apropriar de uma maior riqueza gerada pela produção de petróleo do pré-sal, que conta com grandes reservas que apontam para elevada produtividade.

No outro modelo, o de concessão, mais antigo e consolidado no Brasil, as petroleiras pagam ao governo apenas royalties e participações especiais.

Anteriormente, a PPSA apenas poderia contratar diretamente a Petrobras ou fazer uma concorrência pública para a contratação de um outro agente comercializador para o petróleo do pré-sal sob regime de partilha.

A PPSA chegou a negociar com a petroleira estatal, mas ambas as empresas não alcançaram um entendimento.

Primeira carga

A União deverá vender a sua primeira carga, com cerca de 500 mil barris de petróleo do campo de Mero, na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, até a primeira quinzena de abril, revelou Félix.

Libra, primeira área a ser licitada sob regime de partilha de produção, em 2013, e que entrou em produção em novembro de 2017 em teste de longa duração, será responsável por uma parte relevante da arrecadação com as vendas da União neste ano.

A importante Libra é operada pela Petrobras, em parceria com a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e Cnooc.

A Shell conclui no começo do mês o seu primeiro carregamento de Libra, após a Petrobras realizar seu primeiro embarque da área.

No início de fevereiro, a Petrobras informou que a área estava produzindo em um poço 20 mil barris de petróleo por dia e que deveria dobrar o volume até o fim do mês.

Além de Libra, os recursos adicionais de arrecadação serão obtidos a partir da equalização de gastos e volumes de acordos de individualização da produção (AIPs) no polígono do pré-sal.

Nestes casos, os AIPs são necessários quando áreas já contratadas dentro do polígono do pré-sal contêm jazidas que se expandem para áreas da União ainda não leiloadas e que por lei deverão ser regidas sob regime de partilha de produção.

Félix preferiu não dar detalhes sobre o andamento dos AIPs em curso.

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