União Europeia inicia nova batalha contra tarifas de Trump
O bloco europeu vai estabelecer tarifas sobre 2,8 bilhões de euros em mercadorias americanas. Retaliação foi aprovada pelos 28 países membros
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2018 às 06h15.
Última atualização em 22 de junho de 2018 às 14h20.
A União Europeia inicia, nesta sexta-feira, a cobrança de tarifas de importação sobre produtos dos Estados Unidos , em retaliação ao aumento de impostos sobre o aço e o alumínio do país.
O bloco europeu vai estabelecer tarifas sobre 2,8 bilhões de euros em mercadorias americanas emblemáticas, como uísque, tecido jeans, motocicletas e suco de laranja. A retaliação foi aprovada por unanimidade pelos 28 países membros, e oficialmente anunciada como uma retaliação. Em um comunicado, a comissária de Comércio da União Europeia, Cecilia Malmstrom, afirmou que a decisão “unilateral e injustificada” dos Estados Unidos tinha deixado o bloco “sem escolha”.
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Entre tantas idas e vindas de negociação, a política tributária do presidente americano Donald Trump caiu como uma bomba aos países parceiros. Em março, Trump anunciou que imporia uma tarifa de 25% e 10% sobre os metais importados da União Europeia, do Canadá e de outros países, sob a justificativa de proteger a produção industrial de seu país. Os líderes mundiais tentaram argumentar e negociar o fim dessa imposição, que não foi revisada pelo presidente americano.
A resposta, porém, tampouco agrada às autoridades europeias. Segundo a agência Reuters, autoridades do Banco Central Europeu estão cada vez mais preocupadas que uma guerra comercial possa atrapalhar a recuperação da zona do euro e dificultar sua saída do programa de estímulo de anos.
Líderes europeus também têm se preocupado com o posicionamento dos Estados Unidos em relação ao Irã — após a saída do país do acordo nuclear — e as tensões com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Além da União Europeia, Trump também comprou briga com outro peso pesado. Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram sobretaxar em 25% produtos chineses, por roubo de propriedade intelectual. O governo chinês não hesitou em responder às sobretaxas, e anunciou tarifas de também 25% a 659 produtos americanos. Os chineses chamara o comportamento americano de “míope”.
Ontem, o assistente da Secretaria de Estado dos Estados Unidos, Wess Mitchell, afirmou que a dura política americana sobre o Irã e a implementação das tarifas sobre o aço e o alumínio dariam mais força à União Europeia e ao próprio país. Para ele, se os Estados Unidos não tivessem imposto as sanções e as tarifas, a liderança militar ocidental se enfraqueceria, e que a hegemonia seria tomada por China, Rússia e Irã. Em Bruxelas, Mitchell afirmou que “tomar posições fortes” pode nem sempre ter apoio imediato, mas que, a longo prazo, fortaleceria a unidade política.
Ante a acusação de miopia, o próprio Trump acusa os parceiros de serem míopes. É o toma lá dá cá que tem isolado o país a cada dia que passa.