UE quer se aproximar do Mercosul para fechar acordo em dezembro
Representantes dos dois blocos iniciaram hoje uma nova rodada intensiva de negociações em Bruxelas, na Bélgica
EFE
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 18h17.
Bruxelas - O comissário europeu de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, afirmou nesta quarta-feira que espera superar a "grande distância" existente entre os países do Mercosul e da União Europeia (UE) para chegar ao texto final do acordo comercial entre os blocos em dezembro deste ano.
"Esperamos poder reduzir essa distância nas próximas duas semanas para conseguir um acordo, mas é preciso que as duas partes sejam capazes de chegar a um pacote equilibrado", disse Hogan em entrevista à Agência Efe.
Representantes dos dois blocos iniciaram hoje uma nova rodada intensiva de negociações em Bruxelas, na Bélgica.
Hogan afirmou que a Comissão Europeia (CE) está trabalhando em um novo acordo, mas destacou que o pacto também depende dos países do Mercosul.
"A UE quer um acordo no fim do ano, mas certamente há uma grande distância entre nós e os países do Mercosul em muitas áreas nesse momento", explicou o comissário.
Agricultura, serviços e acessos aos mercados dos blocos são alguns dos temas que mais separam os dois blocos. No entanto, um dos pontos mais disputados é a busca por uma solução para produtos agrícolas sensíveis, como a carne bovina e o etanol.
As dificuldades impostas pelos países do Mercosul em relação aos produtos agrícolas foram criticadas por Hogan, que avaliou que não há "reciprocidade" em relação a outros pontos discutidos no acordo.
A UE ofereceu em setembro à Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai uma cota de exportação de 70 mil toneladas de carne bovina e de 600 mil toneladas de etanol. A proposta, no entanto, foi considerada como "insuficiente" pelos países do Mercosul.
"Esse é um acordo que abrange muito mais do que carne, uma ampla variedade de produtos que a UE quer exportar aos países do Mercosul e que não estão sendo levados em consideração nesse ponto das negociações. Tem de haver reciprocidade em relação ao valor de mercado, e não vemos isso nesse momento", disse Hogan.
No entanto, o comissário espera que os representantes do Mercosul sejam mais flexíveis no dia 10 de dezembro, em Buenos Aires, em um encontro que ocorrerá em paralelo à reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC).