Enquanto os brasileiros clamam por uma ampla cota de livre comércio para carne, produtores europeus protestam contra a entrada do produto a preços baixos em suas terras
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 06h23.
Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 07h23.
As negociações sobre um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul enfim serão retomadas. Nesta segunda-feira, em Brasília, os dois blocos econômicos começam a discutir alguns pontos da proposta apresentada pelos europeus, depois de 18 anos de espera. Porém, as mesmas questões que travam o acordo há anos permanecem sensíveis: carne e álcool.
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Enquanto os brasileiros clamam por uma ampla cota de livre comércio para carne, produtores europeus protestam contra a entrada do produto a preços baixos em suas terras.
Em 2004, o Brasil pediu que pudesse comercializar 300.000 toneladas de carne bovina — e o acordo nunca saiu. Desta vez, os europeus devem apresentam uma proposta mirrada, que inclui apenas 78.000 toneladas de carne.
Um dos planos do Mercosul também era negociar uma cota de 1 milhão de toneladas de etanol. E o produto também consta no plano, mas a valores também menores: a proposta inicial é de 600.000 toneladas, sendo 400.000 para uso industrial.
Em nota, na sexta-feira, a União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo afirmou que considera o valor “muito aquém do aceitável”.
A União Europeia, porém, se diz aberta a negociar os detalhes do plano, a depender do que o Mercosul poderá oferecer de volta. Nas próximas rodadas de negociação, as discussões sobre o comércio de açúcar e aves, por exemplo, devem ser postas na mesa.
Países como França e Irlanda têm proposto que um acordo que abarque o setor agrícola seja adiado, o que deve dificultar uma resolução geral até o final deste ano. Ainda há muito que negociar.