Economia

UE assina pactos com Ucrânia, Geórgia e Moldávia

Os pactos ampliam a influência do bloco para o leste mas também se arrisca a alimentar novas tensões com a Rússia

José Manuel Barroso (E), Petro Poroshenko (C) e Herman Van Rompuy (Stringer/AFP)

José Manuel Barroso (E), Petro Poroshenko (C) e Herman Van Rompuy (Stringer/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2014 às 07h20.

Bruxelas - A União Europeia (UE) assinou hoje abrangentes pactos comerciais e políticos com a Ucrânia, Geórgia e Moldávia, ampliando a influência do bloco para o leste mas também se arriscando a alimentar novas tensões com a Rússia num momento particularmente delicado.

Os acordos, que reduzem barreiras comerciais e promovem reformas democráticas, vinham sendo negociados há anos, mas chegaram a ficar sob ameaça à medida que Moscou deixou clara sua oposição aos pactos.

A Rússia, que anexou a região ucraniana da Crimeia em março, disse que poderia reduzir laços comerciais com os três países em retaliação.

Líderes da UE, porém, querem mostrar que não permitirão que Moscou os impeçam de receber mais países na órbita europeia. Além disso, muitos países próximos à Rússia ficaram mais ansiosos para se alinharem com a UE como forma de se protegerem de possíveis agressões do Kremlin.

"Essas assinaturas serão um compromisso solene de acompanhar a Geórgia, a República da Moldávia e a Ucrânia em cada momento, ao longo da trajetória de transformar seus países em democracias estáveis e prósperas", disse José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

As possíveis consequências dos pactos, no entanto, ainda são incertas. Moscou os vê como uma forma de a UE formar alianças com países que são culturalmente e historicamente mais próximos da Rússia e, recentemente, o Kremlin voltou a ameaçar a diminuir laços comerciais com as nações vizinhas se os acordos fossem assinados.

Desde que a UE lançou a estratégia de se aliar a outros países do leste, em 2009, o objetivo principal da iniciativa era o pacto com a Ucrânia, o mais populoso dos seis países com os quais Bruxelas iniciou negociações. Azerbaijão, Bielorrússia e Armênia - que em meados do ano passado desistiu de seu acordo provisório com a UE - rejeitaram pactos bilaterais similares.

Foi a recusa do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych de assinar uma aliança com a UE o estopim de semanas seguidas de violentos protestos que, eventualmente, levaram à sua deposição.

A continuidade das tensões entre Ucrânia e Rússia vai ser discutida hoje em uma reunião de líderes da UE, em Bruxelas, mas não há expectativa de que novas sanções sejam aprovadas contra Moscou. As relações dos russos com a Geórgia e Moldávia também são delicadas e os pactos com a UE podem ser um novo elemento de discordância com o Kremlin. Fonte: Dow Jones Newswires.

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