UE abre nova investigação sobre importações de aço da China
Comissão considerou que a queixa apresentada pela associação de siderúrgicas da UE, sobre um tipo de aço resistente a corrosão merecia ser investigada
Reuters
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 11h33.
Bruxelas - A União Europeia (UE) lançou uma nova investigação para determinar se siderúrgicas chinesas estão exportando aço a preços injustamente baixos, um caso que Pequim diz ver com profunda preocupação.
A Comissão Europeia considerou que a queixa apresentada pela Eurofer, associação de siderúrgicas da UE, sobre um tipo de aço resistente a corrosão merecia ser investigada, informou o diário oficial da UE nesta sexta-feira.
A UE taxou uma ampla gama de tipos de aço nos últimos anos para conter o que as siderúrgicas europeias dizem ser uma inundação de oferta a preços abaixo do custo devido ao excesso de capacidade da China.
Em comunicado divulgado no site do Ministério de Comércio do país asiático, o diretor do departamento de investigações comerciais, Wang Hejun, informou que Pequim atribuiu "alto grau de atenção e preocupação" ao caso.
Ele afirmou ainda que os problemas do setor na Europa se deviam ao fraco crescimento econômico e culpar o excesso de capacidade da China não tinha fundamento.
Segundo a autoridade chinesa, a Europa deveria analisar racionalmente os problemas enfrentados pelas siderúrgicas.
"Não deveria adotar medidas protecionistas equivocadas que limitam uma concorrência justa de mercado", disse Wang Hejun.
A investigação foi aberta pela Comissão Europeia poucos dias antes do 15º aniversário da entrada da China à Organização Mundial de Comércio (OMC).
Sob as regras atuais, a UE pode comparar os preços chineses com aqueles de outro país - neste caso, o bloco escolheu as cotações praticadas no Canadá.
No mês passado, a Comissão Europeia propôs um novo modo de tratar a China, mas a medida ainda precisa ser aprovada pelos 28 países membros do bloco e pelo parlamento europeu.
Cerca de 5 mil vagas foram fechadas na indústria siderúrgica britânica no último ano, enquanto o setor sofre para competir com as importações mais baratas vindas da China e elevados custos de energia.
Em outubro, a comissão estabeleceu uma taxa provisória de até 73,7 por cento para as importações de chapas grossas de aço, e de até 22,6 por cento para aço laminado a quente, da China.
Em casos antidumping, a UE normalmente tem até 9 meses para determinar se há motivos para imposição de sobretaxas sobre um produto e, então, mais seis meses para definir se as taxas devem ser aplicadas por cinco anos.