Economia

Tombini vê inflação em queda e alerta para risco cambial

Para o presidente do Banco Central, a inflação já começou a convergir para a meta central

Tombini: "Estamos em um mundo novo em relação à essa inflação" (Wilson Dias/ABr)

Tombini: "Estamos em um mundo novo em relação à essa inflação" (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2011 às 19h19.

Brasília - A inflação no Brasil já começou a convergir para a meta central de 4,5 por cento, refletindo a atuação do governo, e deixará de subir no acumulado em 12 meses a partir de setembro, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nesta terça-feira em audiência no Senado.

Ele acrescentou que o país terá de ter "ousadia" para reduzir sua meta inflacionária no futuro, mas defendeu a decisão do Conselho Monetário Nacional de ter mantido o alvo nesse patamar para 2013, argumentando que a reação da inflação global às políticas dos países avançados de elevação da liquidez ainda é incerta.

"A decisão do CMN foi unânime, estamos lidando com uma segunda volta da crise no exterior", afirmou Tombini aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos.

"Estamos em um mundo novo em relação à essa inflação (global)." No médio prazo, segundo o presidente do BC, a tendência é de queda da taxa de juro real do país. "No curto prazo temos nos assegurar que a inflação convirja para a meta." Tombini avaliou o nível atual das reservas internacionais como "adequado", mas ponderou que, como proporção da economia, ele está abaixo dos níveis de outras economias emergentes, como China e Rússia.

Ele frisou, ainda, a importância de o país "se defender" dos elevados fluxos de recursos vindos do exterior em um momento de elevada liquidez, mas alertou também para a importância de as empresas se protegerem de uma eventual reversão da tendência de desvalorização do dólar.

"O câmbio flutuante flutua para os dois lados", afirmou Tombini, ao destacar a importância de o setor privado fazer "hedge" (proteção) contra uma alta do dólar.

Inadimplência

Tombini afirmou, ainda, que indicadores antecedentes da inadimplência, que medem os atrasos entre 15 e 90 dias, começaram a recuar, o que indica redução à frente da inadimplência propriamente dita, definida como atrasos superiores a 90 dias.


Ele frisou que o crescimento do crédito no país tem sido baseado principalmente na incorporação de novos tomadores ao mercado de crédito, e não no aumento do valor de empréstimos obtidos pelos mesmos tomadores, como ocorreu em países que enfrentaram bolhas de crédito.

A expansão da classe média e a formalização do trabalho têm sustentado essa expansão da base no país, segundo Tombini.

Para o presidente do BC, as perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos são de "crescimento forte e sustentável", com várias oportunidades de investimento.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniCâmbioEconomistasInflaçãoPersonalidades

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação