Cedon: O governo trabalha para cumprir uma importante agenda ambiental e social, incluindo um plano de transição verde mais amplo destinado a ajudar o país a alcançar a neutralidade de CO2 até 2050 (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 11h11.
A primeira venda de títulos sustentáveis do Brasil terá como alvo diversas iniciativas verdes e sociais vinculadas à agenda sustentável das Nações Unidas para 2030.
O arcabouço com os termos para a entrada do país nos mercados globais de dívida ESG, divulgado nesta terça-feira, define critérios de elegibilidade em 17 áreas, incluindo controle da poluição, energias renováveis, transportes limpos e combate ao desmatamento, segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron. A venda ocorrerá após um road show em meados de setembro e os termos ainda estão sendo discutidos, incluindo o momento exato e o tamanho.
A emissão – que vem sendo esperada há anos – segue os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para priorizar o meio ambiente em seu governo, um contraste com as políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O governo trabalha para cumprir uma importante agenda ambiental e social, incluindo um plano de transição verde mais amplo destinado a ajudar o país a alcançar a neutralidade de CO2 até 2050. “Nossa principal motivação é mostrar o compromisso do país com uma agenda sustentável”, disse Ceron.
Ao contrário de países latino-americanos como Chile e Uruguai, o Brasil optou por não emitir títulos diretamente vinculados a metas de sustentabilidade. Mas, segundo Ceron, se o Brasil não cumprir suas promessas, perderá sua credibilidade junto aos investidores.
Funcionários do Tesouro começarão um roadshow para investidores a partir de 11 de Setembro, enquanto Lula se dirige a Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Após essas reuniões, a emissão dos títulos poderá acontecer a qualquer momento, disse Ceron.
O prazo da venda não será muito longo e o valor será substancial, segundo ele. As emissões internacionais do Brasil são geralmente superiores a US$ 1 bilhão.
A colocação do Brasil também deverá abrir caminho para emissões do setor privado. Depois das emissões soberanas, as corporativas costumam crescer 25% e o montante de recursos sobe 60%, segundo estudo do Tesouro.