Tender de Natal põe em perigo a meta de inflação de Tombini
Os aumentos dos preços no Natal ameaçam derrubar o compromisso do presidente do Banco Central de reduzir a inflação no Brasil neste ano
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 10h35.
Rio de Janeiro e Brasília - Os aumentos dos preços do tender no Natal , do cabeleireiro nos feriados e das passagens aéreas para visitar os parentes estão ameaçando derrubar o compromisso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de reduzir a inflação no Brasil neste ano.
A inflação de 5,85 por cento registrada no Brasil no ano finalizado em meados de dezembro superou todas as estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg. As passagens aéreas aumentaram 7,3 por cento, o preço dos alimentos aumentou 8,5 por cento e o preço dos serviços cresceu 8,9 por cento.
Os operadores aumentaram suas apostas em relação a um aumento da taxa de juros para depois do relatório de 19 de dezembro, com contratos de swaps agora apontando para uma chance de 58 por cento de um aumento de meio ponto porcentual para 10,5 por cento no mês que vem, frente a uma possibilidade nula no começo da semana passada.
Analistas do Itaú Unibanco Holding SA, da Nomura Holdings Inc. e do Banco J. Safra SA dizem que a promessa de Tombini de diminuir o ritmo da inflação de 5,84 por cento do ano passado está em perigo depois que os maiores aumentos de taxas do mundo não conseguiram deter os preços ao consumidor, que vêm aumentando acima da meta há mais de três anos.
Se em 2013 a inflação terminar acima do nível do ano passado, haverá mais pressão sobre o Banco Central para que ele continue aumentando os custos dos empréstimos, disse Tony Volpon, diretor de pesquisa de mercados emergentes para o continente americano da Nomura.
“Eles apresentaram essa ideia de pequenos passos, que significa ter uma inflação menor que a do ano anterior a cada ano”, disse Volpon, em entrevista por telefone de Nova York. “Se eles não conseguirem, isso obviamente não será uma boa notícia para quem quer sem dúvidas o final do ciclo”.
Horizontes das taxas
“Se terminarmos 2013 com uma inflação maior que a de 2012 a duração das taxas de juros acima de 10 por cento poderia se prolongar”, disse André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Essas taxas poderiam ser elevadas até 10,5 por cento e ficar nesse patamar por três meses ou, se não for possível, por seis meses ou mais”.
Os preços ao consumidor medidos pelo índice IPCA-15 aumentaram 0,75 por cento no mês finalizado em meados de dezembro, ultrapassando todas as estimativas dos 39 economistas consultados pela Bloomberg.
Após a publicação do índice IPCA-15, Elson Teles, economista sênior do Banco Itaú Unibanco, aumentou sua previsão de inflação para 2013 de 5,8 por cento para 5,84 por cento. Teles disse que na reunião de janeiro, os responsáveis pela política econômica reduzirão o ritmo de aumentos de taxas sem descartar um maior endurecimento da política monetária.
‘Veremos’
O impacto inflacionário da desvalorização do real e da alta dos preços de alimentos está se dissipando, disse aos jornalistas o diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, em 20 de dezembro em Brasília.
Os preços ao consumidor aumentarão 5,6 por cento no ano que vem se os responsáveis pela política econômica aumentarem a taxa de juros de referência em 50 pontos-base, disse o Banco Central no seu relatório trimestral.
O aumento é comparado com a previsão de inflação de 5,7 por cento realizada em setembro. Os analistas consultados semanalmente pelo Banco Central estimam que os preços vão subir 5,95 por cento em 2014.
“O banco acha que no ano que vem a inflação recuará, o mercado acha que a inflação aumentará – vamos ver quem tem razão”, disse Enestor dos Santos, economista principal do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, em entrevista por telefone de Madri.
Rio de Janeiro e Brasília - Os aumentos dos preços do tender no Natal , do cabeleireiro nos feriados e das passagens aéreas para visitar os parentes estão ameaçando derrubar o compromisso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de reduzir a inflação no Brasil neste ano.
A inflação de 5,85 por cento registrada no Brasil no ano finalizado em meados de dezembro superou todas as estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg. As passagens aéreas aumentaram 7,3 por cento, o preço dos alimentos aumentou 8,5 por cento e o preço dos serviços cresceu 8,9 por cento.
Os operadores aumentaram suas apostas em relação a um aumento da taxa de juros para depois do relatório de 19 de dezembro, com contratos de swaps agora apontando para uma chance de 58 por cento de um aumento de meio ponto porcentual para 10,5 por cento no mês que vem, frente a uma possibilidade nula no começo da semana passada.
Analistas do Itaú Unibanco Holding SA, da Nomura Holdings Inc. e do Banco J. Safra SA dizem que a promessa de Tombini de diminuir o ritmo da inflação de 5,84 por cento do ano passado está em perigo depois que os maiores aumentos de taxas do mundo não conseguiram deter os preços ao consumidor, que vêm aumentando acima da meta há mais de três anos.
Se em 2013 a inflação terminar acima do nível do ano passado, haverá mais pressão sobre o Banco Central para que ele continue aumentando os custos dos empréstimos, disse Tony Volpon, diretor de pesquisa de mercados emergentes para o continente americano da Nomura.
“Eles apresentaram essa ideia de pequenos passos, que significa ter uma inflação menor que a do ano anterior a cada ano”, disse Volpon, em entrevista por telefone de Nova York. “Se eles não conseguirem, isso obviamente não será uma boa notícia para quem quer sem dúvidas o final do ciclo”.
Horizontes das taxas
“Se terminarmos 2013 com uma inflação maior que a de 2012 a duração das taxas de juros acima de 10 por cento poderia se prolongar”, disse André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Essas taxas poderiam ser elevadas até 10,5 por cento e ficar nesse patamar por três meses ou, se não for possível, por seis meses ou mais”.
Os preços ao consumidor medidos pelo índice IPCA-15 aumentaram 0,75 por cento no mês finalizado em meados de dezembro, ultrapassando todas as estimativas dos 39 economistas consultados pela Bloomberg.
Após a publicação do índice IPCA-15, Elson Teles, economista sênior do Banco Itaú Unibanco, aumentou sua previsão de inflação para 2013 de 5,8 por cento para 5,84 por cento. Teles disse que na reunião de janeiro, os responsáveis pela política econômica reduzirão o ritmo de aumentos de taxas sem descartar um maior endurecimento da política monetária.
‘Veremos’
O impacto inflacionário da desvalorização do real e da alta dos preços de alimentos está se dissipando, disse aos jornalistas o diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, em 20 de dezembro em Brasília.
Os preços ao consumidor aumentarão 5,6 por cento no ano que vem se os responsáveis pela política econômica aumentarem a taxa de juros de referência em 50 pontos-base, disse o Banco Central no seu relatório trimestral.
O aumento é comparado com a previsão de inflação de 5,7 por cento realizada em setembro. Os analistas consultados semanalmente pelo Banco Central estimam que os preços vão subir 5,95 por cento em 2014.
“O banco acha que no ano que vem a inflação recuará, o mercado acha que a inflação aumentará – vamos ver quem tem razão”, disse Enestor dos Santos, economista principal do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, em entrevista por telefone de Madri.