Economia

Temer diz que "é mentira" que reforma vá atingir os mais pobres

"Os que resistem e fazem campanha são os mais poderosos. São aqueles que ganham mais. Temos que dar uma resposta a isso"

Michel Temer: "porque 63% do povo brasileiro ganha salário mínimo, portanto, não vai atingir os pobres" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: "porque 63% do povo brasileiro ganha salário mínimo, portanto, não vai atingir os pobres" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2017 às 13h57.

Brasília - Em seu discurso de pouco mais de dez minutos a deputados da base aliada, durante café da manhã para a apresentação do texto da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer disse que "ninguém quer fazer mal para o País" e rebateu a tese de que as mudanças na aposentadoria irão prejudicar os mais pobres.

"Muitas vezes, dizem assim, mas essa reforma da Previdência vai pegar os pobres. Vou usar uma palavra forte: mentira. Mentira, porque 63% do povo brasileiro ganha salário mínimo, portanto, não vai atingir os pobres", disse, conforme áudio divulgado pelo Planalto após o encontro.

"Os que resistem e fazem campanha são os mais poderosos. São aqueles que ganham mais. Temos que dar uma resposta a isso", afirmou.

O discurso do presidente reforça o mote das peças publicitárias que o governo vai estrear nesta terça-feira, 18, comparando "a novidade" da reforma da Previdência a outras medidas como o uso obrigatório do cinto de segurança, vacinas e a privatização da telefonia e até ao Plano Real.

Temer disse que a proposta da reforma da Previdência foi feita pensando em um cenário de 40 anos no País, mas, "sabendo que o diálogo seria indispensável com o Congresso", e que depois de ouvir todas as bancadas e as principais observações o governo aceitou negociar.

"Sendo certo que a reforma tem um núcleo essencial que é o da idade, um pouco mais, um pouco menos, não importa, mas é algo que foi estabelecido em todos os países", afirmou.

O presidente comparou a situação do Brasil a outros países e disse que somente "três ou quatro" não possuem uma idade mínima.

"Essa é a espinha dorsal, o núcleo da reforma da Previdência. O mais pode ser negociado. E foi negociado", disse, sem destacar que o governo aceitou reduzir a idade mínima das mulheres para 62 anos.

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